Tragédias não são exclusividade brasileira. Sucedem-se em todas as nações. Salvo episódicas ações incontroláveis da natureza, as demais têm na ação e omissão humana seu efeito disparador.
Ultimamente, dada a massiva e sofisticada utilização da tecnologia, também são frequentes os acidentes que decorrem de falhas técnicas dos equipamentos, independentemente da operacional intervenção ou omissão das pessoas.
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Os mais velhos lembram o naufrágio da lancha Bateau Mouche e o desabamento do prédio de Sérgio Naya. Mais recentemente, a catastrófica aterrissagem do voo da TAM no “alagado” aeroporto de Congonhas, o incêndio na creche de Uruguaiana, o mergulho do ônibus escolar na barragem de Erechim.
A incompetência e a negligência são irmãs siamesas. Imprudência, incapacidade, inabilidade, inaptidão e não idoneidade na concretização de determinada obra ou tarefa fazem, em algum momento, toda a diferença.
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Regra geral, reagimos irônica e jocosamente àqueles que nos pedem cuidados preventivos, ações e controles predeterminados. Afinal, método e previsibilidade são monótonos e repetitivos. Não rimam nem combinam com nossa criatividade e espontaneidade. Nosso excêntrico e famoso “jeitinho”.
“Não vai acontecer nada!”, respondemos aos metódicos (ou chatos, como nós os chamamos) quando insistem e nos advertem. Mas, às vezes, acontece. E entre as milhares de ocorrências “anônimas” e sem vítimas graves, acontece, sim, a tragédia.
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Quando não é nosso comportamento individual e coletivo inadequado e de alto risco, a exemplo do trânsito, são as obras inacabadas, mal localizadas, não funcionais, precárias e inseguras.
Nossos desejos e nossas idealizações público-privadas não resistem a um crítico e seletivo exame. A realidade nos derrota diária e paulatinamente. E de tempos em tempos – a exemplo do agora destruído museu – de forma amarga e cruel! Este artigo foi escrito em 29 de janeiro de 2013, a propósito da incomparável tragédia na boate Kiss. Passa o tempo, sucedem-se as tragédias, e não aprendemos!
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