Tristeza é um dos muitos estados afetivos normais do ser humano. Não há como viver a vida sem senti-la. Desde que proporcional e adequada ao momento de vida que estejamos passando, ficar triste não só é normal como necessário. Sem tristeza não há a valorização e busca daquilo que nos faz alegres. Uma das melhores definições de tristeza é a de Espinoza. Para ele, estar triste é perder potência de agir. Quando estou triste, sou menos de mim mesmo.
Comumente a tristeza é confundida com depressão e esta, por sua vez, é usada para definir o mais incapacitante e prevalente dos transtornos mentais: a Depressão Maior. Em números absolutos de prejuízo, incapacidade e suicídio, nada supera ela. Estima-se que duas a cada dez pessoas terão depressão ao longo da vida, sendo que a prevalência tem aumentado nas últimas duas décadas. As mulheres têm duas vezes mais depressão do que os homens.
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Além da tristeza, podemos ter uma marcada perda de prazer e de interesse por aquilo que previamente a pessoa fazia. Aqui fica muito clara a redução da potência de agir espinoziana. O que antes fazia a pessoa vibrar e alegrar-se, vira algo sem graça ou às vezes até desprazeroso.
Outro sintoma comum de depressão é a irritabilidade, mais comum em homens. Os homens frequentemente vivenciam a depressão de modo diferente das mulheres. Enquanto as mulheres deprimidas são mais propensas a ter sentimentos de tristeza, menos valia e culpa excessiva, eles são mais propensos a referir muito cansaço, irritação, perda de interesse e dificuldades para dormir. Por falar em sono, a depressão pode causar tanto insônia quanto sonolência excessiva. O apetite pode estar aumentado, diminuído ou ausente. É marcante a falta de libido ou disfunção sexual na depressão.
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Como vocês podem ver, Depressão Maior é muito mais que tristeza, preguiça ou falta de vontade. É transtorno grave e altamente incapacitante, quando não, fatal.