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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Desafios pós-Carnaval

Segunda-feira, véspera de Carnaval. Carnaval que, por sinal, não vai acontecer. Não no formato como conhecemos. Com razão os foliões devem estar muito chateados. Justamente na época do ano que mais convida a aglomerações – nos salões, nos clubes, nas avenidas –, estaremos confinados em casa, ou em algum lugar, menos no ambiente e no clima da folia.

Enquanto isso, os telejornais vão nos atormentar com o que se faz e se deixa de fazer para enfrentar a pandemia. Não por acaso, muitas pessoas que conheço – e me incluo entre elas – já optaram por se poupar da repetição de noticiários sobre coronavírus, sobre imunizante que chega a conta-gotas, disputado por holofotes interesseiros que já miram as eleições de 2022.

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Poderia falar das empresas que fecharam, de tantas outras que tiveram que se encolher para sobreviver, dos empreendimentos que foram cancelados, dos empregos que se perderam, de projetos pessoais que tiveram que ser abortados.

Mas se no plano econômico prevalece a perspectiva da recuperação e da superação, em outras áreas o desafio será bem maior. Um deles é a educação.

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Qual será o reflexo da repentina mudança para o futuro desta geração que se acostumou a não mais frequentar salas de aula, inclusive no ensino superior, e acessa o conhecimento de forma virtual, distanciada do convívio social, da interação de grupo, do partilhamento de experiências, impressões e contestações?

Não sei.

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Já as perspectivas para as igrejas (cristãs, de forma ampla) me parecem bem mais preocupantes. O futuro dirá, mas talvez esteja passando despercebida uma oportunidade ímpar para acolherem e fidelizarem fiéis que estão órfãos de esperança.

Vejo movimentos nos mais diversos setores para retomarem suas atividades – no campo cultural, artístico, esportivo, social –, mas percebo uma articulação discreta nas igrejas, que poderiam estar atuando de forma conjunta, robusta, determinada, para que as pessoas voltassem a se alimentar espiritualmente em seus templos e se sentissem acolhidas com suas perdas, fraquezas e incertezas, cada um com suas convicções, com seus ritos e, naturalmente, observados os protocolos sanitários.

Aliás, penso que as igrejas deveriam ter facilitada uma condição de protagonismo para poderem estar na linha de frente nesta cruzada de amparo às pessoas acuadas pelo vírus. Receio que depois que esta pandemia passar (se é que vai passar), haverá muito mais bancos vazios nas celebrações do que costumávamos ver.

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