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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Dia da Família

Esses dias, minha mãe estava fazendo uma limpa em caixas antigas e encontrou um cartão de Dia dos Pais que fiz para o meu irmão. A capa é colorida com o escrito “o melhor ‘ermão’ do mundo”. Na parte interna, um desenho dele ao lado de uma árvore. Na página seguinte, uma lista de qualidades, por mim eleitas, dedicadas ao Jorge. Ainda tem uma folha colada com uma mensagem pronta, alusiva à data, finalizada com um “Te amo muito, meu paizão. De sua filha, Maria Regina”.

Para quem ficou confuso, explico. Meu pai morreu quando eu tinha 8 para 9 anos. Vítima de um infarto, seu Mario nos deixou mais cedo do que gostaríamos. Se minha memória não estiver enganada, fui a primeira aluna da turma a “perder” um parente tão próximo. Em 2002, vivi meu primeiro Dia dos Pais sem pai. A partir dali, Jorge, 12 anos mais velho que eu e a figura masculina mais próxima que tinha, passou a ser protagonista em algumas atividades escolares. Preciso dizer que guardamos boas lembranças desses tempos.

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Cresci me perguntando sobre essas atividades, comuns em ambientes escolares, que comemoram a passagem das datas dedicadas aos pais e mães. Hoje, mais madura, já tenho uma convicção sobre o assunto. Defendo que as instituições adotem o Dia da Família. Este formato – que já vem sendo utilizado em algumas escolas públicas e privadas (inclusive em Santa Cruz do Sul) – tem minha admiração. Não falo somente pela minha experiência, você já parou para pensar que família é um conceito amplo? O formato pai, mãe e filho(s) é somente um dentro deste universo. Há milhares de famílias chefiadas por mães solos, por exemplo. Outras em que há somente o pai. Há tantas outras em que há duas mães ou dois pais. Há ainda aquelas em que a avó ou o avô, o tio ou a tia, o irmão ou a irmã cumpre o papel de educar, criar, dar amor e conduzir a criança em seu próprio caminho. Com certeza tem ainda mais formatos – e que bom!

Penso ser muito mais justo, com as crianças e seus familiares, que educandários proponham momentos dedicados a esses grupos levando em conta as diversas realidades que encontramos por aí. É claro que muitos carregam expectativas de serem lembrados por seus pequenos, em maio e agosto, nos colégios. No entanto, isso pode acontecer no lar de cada um da forma que lhes parecer melhor. Já em se tratando de Educação Infantil, estou segura de que é possível deixar esse sentimento genuíno de amor para um momento mais coletivo, mais empático e que possa abraçar a todos que compõem a comunidade escolar. Talvez com pequenas adaptações em propostas pedagógicas, seja possível proporcionar lindos momentos de compaixão.

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