Eis que, após um longo período de jejum de passeios escolares, forçado pela pandemia, um piquenique foi programado pelas turmas das gurias mais novas lá de casa. O anúncio da atração foi acompanhado de grande expectativa entre a nossa caçula, Ágatha, e a irmã um ano mais velha, a Yasmin. E, desde então, ambas mergulharam em um rigoroso planejamento para a data. Havia muitos detalhes a serem definidos: o que levar para comer, que roupas vestir, como transportar com segurança uma série de apetrechos imprescindíveis – protetor solar, repelente contra mosquitos, chapéus, toalhas…
Curiosamente, entretanto, a caçula ficou mais entusiasmada com o trajeto até a área de camping onde ocorreria o piquenique do que, necessariamente, com o lugar em si. Também por conta da pandemia, há muito tempo que não andava de ônibus. Os ônibus, sabe-se, despertam certo fascínio sobre muitas pessoas, seja por serem grandões, seja pelo ronco de seus motores a diesel ou mesmo pela forma como permanecem tiritando quando ligados na lenta. Sem falar naquele gostoso suspiro que emitem quando estacionam, uma espécie de “tsssssss”.
Publicidade
– Aguardei por esse dia minha vida toda – segredou aos adultos, enquanto avançava na fila.
Sobre o trajeto de ida, Ágatha não me contou muitos detalhes, mas creio que foi uma grande festa, que deve ter se estendido por longos dez minutos até a chegada no espaço do camping – situado a não muitos quilômetros da escola.
l l l
Publicidade
Publicidade
Publicidade
– Preferia ter ficado do lado de fora, curtindo aquele ventinho.
l l l
Assim que a ventania deu ligeira trégua, começou a operação de embarque nos ônibus. Contudo, segundo Ágatha, a viagem de volta teve momentos de tensão – durante o trajeto, o vento voltou, acompanhado de muita chuva. Exagerada ou não, a caçula relatou que o veículo chegou a sacolejar enquanto avançava contra a tormenta. E que, pelo retrovisor, percebeu o semblante preocupado do motorista.
Publicidade
– Estava com uma cara que dizia: “Vai dar ruim…”
Nisso, a traquinas e seus amiguinhos depararam-se com uma alavanca vermelha, em uma das janelas do ônibus. E teve início um acalorado debate: deveriam ou não puxar a alavanca?
– É que ao lado da alavanca havia um aviso: “puxe em caso de emergência”. – relatou-nos, depois. – E aquilo tudo parecia mesmo uma emergência…
Por sorte, um coleguinha mais instruído explicou que, se puxassem a alavanca, a janela cairia para fora do veículo, deixando entrar a chuva e o vento, piorando ainda mais as coisas. E decidiram desistir da alavanca. Sábia decisão.
No fim, retornaram em segurança à escola. E tudo acabou bem.
LEIA TODAS AS COLUNAS DE RICARDO DÜREN
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!