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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Dias de quarentena: mães imperfeitas, mães maravilhosas

Alessandra Steffens Bartz
Psicóloga
asbartz@gmail.com

Eis um dia em que uma mulher se torna mãe. Com o rebento em seus braços, abraça a maternidade e muitas vivências novas. Mal sabe ela que as dores do parto são talvez um ensaio para as demais dores maternas. Como dói o choro triste de um filho, um rosto contorcido de dor, olhos assustados de medo, os castigos, as perdas sofridas por esse ser que muitas mães desejariam colocar numa redoma protegida de vidro.

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Uma boa rede de apoio é essencial para o exercício da maternidade. O parceiro deve dar suporte para que seu par possa exercer o papel de mãe da melhor forma. Quando o companheiro pega junto na educação e no cuidado dos filhos, na lida da casa, na resolução dos problemas, favorece que a mãe tenha mais tempo de qualidade com a prole. Os avós, que são as mães e pais açucarados, também ofertam grandes auxílios. Alegra observar que os homens vêm se apresentando, querendo ser pais presentes, daqueles que trocam fraldas, cozinham, comparecem à escola. Um grupo cada vez maior está descobrindo o prazer incrustrado nessas atividades corriqueiras. Pais, não abram mão do direito e do dever de participar da vida dos filhos! Conviver de perto fomenta proximidade, fortalecimento do vínculo afetivo, provoca confidências que podem ser dividas com mães e pais.

Enquanto sociedade, precisamos olhar para as mães não com o viés julgador, mas de ajuda. Se uma mãe se descontrola quando um filho pequeno faz birra no mercado, parte da plateia presente olha com reprovação, alguns tecem críticas em voz baixa. Crianças, esses seres maravilhosos em desenvolvimento, apresentam certa preferência por aprontar quando há público, o que constrange a mãe, aumentando a chance de ceder. Mães, eduquem conforme acharem correto, repreendam o filho que pede limites, mesmo no supermercado. Adultos precisam se apoiar na educação dos menores. Os grupos de mães, o chá com as amigas, o krentzia das avós, são atividades benéficas que reúnem mulheres para a troca de todos os tipos de receitas e ajudas.

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Essa mulher moderna, que trabalha, estuda, cria os filhos, dá atenção ao companheiro, a si mesma, cuida do cachorro, do jardim, vai à feira… Essas mães devem ter muitos braços invisíveis que permitem dar conta de tantas atividades. Contudo, não são a Mulher-Maravilha, não possuem superpoderes e podem adoecer. Muitas mães estão enfrentando muito estresse e ansiedade. Estudos apontam que as mulheres são mais afetadas pelo efeito nocivo do isolamento, sofrendo com depressão, ansiedade, o que reforça a necessidade de atentar para a saúde mental das mães.

“Ser mãe é padecer no paraíso”, diz o ditado antigo. É ao mesmo tempo um desafio maravilhoso e uma tarefa árdua. A visão romântica da maternidade pode pegar de surpresa uma mãe jovem, imatura. Por isso, planejar a vinda dos filhos é tão importante. O ideal é poder escolher o momento de maior maturidade e motivação para o exercício da maternidade. Ser mãe é uma dádiva da vida, uma bela oportunidade de crescimento. Não é à toa que muitas mulheres desejam ser mães de um ou vários filhos.

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