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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Dicotomias da vida

A vida é feita de pequenas alegrias, mas que parecem momentos repetidos e, por isso, muitas vezes nos impede de conferir o devido valor. No último fim de semana, perdi um amigo de 40 anos. Ele tinha os mesmos 57 anos de idade.

Na época de colégio era conhecido como uma espécie de animador da turma, coisa bastante comum em todo grupo social. Esse amigo era incansável na criação de sacanagens, como colocar um rato na gaveta da professora, amarrar um rojão num gato, esvaziar bolas de vôlei antes das aulas de Educação Física.

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Ao pé do caixão, na sexta-feira passada, estava sentada a mãe ladeada pelo irmão mais velho e as irmãs. A mãe, ao me ver, não se conteve;

– É… morreu um grande esculhambador!

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Como sempre acontece nos momentos de perda, um filme passou em minha cabeça, exibindo companheiros, episódios, incidentes e momentos de grande alegria que integram minha biografia. A distância de Porto Alegre, onde moro, até Arroio do Meio, onde ocorria o velório, serviu para refletir sobre perdas, conquistas, ansiedade e eterna insatisfação diante das frustrações da vida.

Na época de redes sociais onipresentes é uma tarefa corriqueira reencontrar antigos afetos. A busca é quase um passatempo em que as dificuldades são facilmente contornadas mediante um mínimo de conhecimento de tecnologia.

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O velório do meu velho amigo serviu também para reencontrar pessoas que ocupam lugar especial em minha vida. Fui tomado por um misto de profunda melancolia e, ao mesmo tempo, satisfação em rever personagens emblemáticos. Estou ficando velho, saudoso, nostálgico e cada vez mais agradecido pela vida que tive.

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