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DNA de bebê do Alasca revela história dos primeiros humanos na América

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A análise do DNA de um bebê que viveu há 11,5 mil anos no Alasca revelou a existência de uma antiga população da América do Norte que até agora permanecia desconhecida. De acordo com os autores do estudo, publicado nessa quarta-feira, 3, na revista Nature, a descoberta levará a uma importante mudança nas teorias sobre como os humanos povoaram o continente americano.

A nova população foi batizada pelos cientistas de “antigos beringianos”, em alusão à Beríngia – a ponte terrestre coberta de gelo que, durante as glaciações, ligava o leste da Sibéria ao oeste do Alasca, onde hoje fica o estreito de Bering, que separa a Ásia da América do Norte.

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De acordo com a análise genética e a modelagem demográfica feita pelos cientistas, um único grupo – que foi ancestral de todos os povos nativos das Américas – separou-se dos grupos asiáticos há cerca de 35 mil anos. Há cerca de 20 mil anos, esse grupo se dividiu novamente, dando origem aos antigos beringianos e aos ancestrais de todos os outros povos americanos.

O bebê fossilizado, uma menina que morreu seis semanas após o nascimento, foi batizado pela comunidade indígena local de “Xach’itee’aanenh T’eede Gaay”, que significa “menina do sol nascente”. Ela foi encontrada em 2013, no sítio arqueológico de Upward Sun River, junto a uma outra menina mais nova, que foi batizada de “Ye’kaanenh T’eede Gaay”, ou “menina da luz do amanhecer”.

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A descoberta também sugere dois novos cenários para o povoamento das Américas. Em um deles, um só grupo teria cruzado a ponte terrestre há cerca de 20 mil anos e então teria se dividido entre os antigos beringianos e os demais nativos americanos. O primeiro grupo teria permanecido no extremo norte do continente até o seu completo desaparecimento. O segundo grupo, após a retração das geleiras, teria migrado para o sul há 15,7 mil anos

No outro cenário, dois grupos distintos de pessoas teriam cruzado a Beríngia. Os antigos beringianos teriam então se estabelecido ao norte, enquanto os ancestrais de todos os indígenas teriam migrado para o sul há 15,7 mil anos.

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Segundo Potter, quando sua equipe começou a análise do material genético, esperava-se encontrar a conexão entre o perfil genômico dos fósseis encontrados no Alasca e o de outros povos nativos da América do Norte. Porém, o DNA dos fósseis não combinava com o de nenhuma outra população antiga.

Isso sugere, de acordo com o cientista, que os antigos beringianos permaneceram no extremo norte do continente por milhares de anos, enquanto os ancestrais dos povos indígenas se espalharam por todo o continente. 

Travessia pelo litoral. Um dos autores do novo estudo, Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), havia publicado em 2016 uma outra pesquisa que desmontava uma das principais teorias sobre a migração da Sibéria para o Alasca, que seria uma migração por terra pela Beríngia.

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Naquele trabalho, também publicado na Nature Willerslev mostrou que o corredor que tornaria o caminho possível entre as geleiras, formou-se há 15 mil anos, mas só oferecia condições para a travessia há 12,6 mil anos. A presença humana no continente, porém, é confirmada por vestígios fósseis há pelo menos 13 mil anos.

De acordo Willerslev a hipótese mais plausível é que os povos da Ásia tenham migrado para a América viajando ao longo da costa do Oceano Pacífico – pela orla, ou por mar – o que poderia ter ocorrido há mais de 15 mil anos.

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