O consumismo, o exibicionismo e a acumulação de bens materiais continuarão sendo tônica no pós-pandemia? São indagações que engrossam as interrogações que povoam nossas mentes. Afinal, estamos condenados ao confinamento e aos cuidados inéditos com o uso de máscaras, luvas e álcool gel.
Muita gente descobriu nestes quatro meses potencialidades que sequer desconfiava possuir. Com a proliferação das lives – transmissões pela internet –, afloraram talentos através de assuntos do cotidiano de maneira descontraída e realista.
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A relevância do ambiente caseiro também ganhou nuances, com conforto, convivência com familiares e prazeres mundanos, como cozinhar, dividir tarefas e compartilhar séries e dar boas risadas. Seria ingênuo ignorar que o confinamento compulsório causa depressão, ansiedade e tristeza.
A falta de contato humano impacta com diferente intensidade de acordo com o temperamento de cada um. Há pessoas que convivem bem com a solidão ou com o contato restrito com grupos para fazer churrasco, tomar um chope ou apenas jogar conversa fora.
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Todas as restrições, no entanto, podem desencadear uma transformação, uma sabedoria compulsória para um novo olhar para situações cotidianas. Símbolos de status, anteriores à Covid-19, serão substituídos por novos valores. Luxos e objetos de ostentação perderão valor para diferentes manifestações de apreço. Talvez possamos aprender que acumulamos em demasia, dando ênfase à opinião alheia em detrimento daquilo que efetivamente nos faz felizes.
São quase quatro meses de meses de pânico disseminado massivamente pelos principais veículos de comunicação, com restrito espaço para opiniões divergentes ao “fecha tudo e fica em casa”.
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