Romar Beling

É preciso cuidar da casa

O Brasil passará a acompanhar, a partir desta segunda-feira, um dos mais longamente aguardados eventos do calendário recente. A COP 30, ou 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, atrai as atenções de todo o planeta no debate de temas incontornáveis no mundo atual, a exemplo do aquecimento global e das alterações drásticas no clima. Mesmo que alguém queira ignorar tais assuntos ou desviar deles, é mais do que provável que a cada ano, e nos diversos continentes, a sociedade seja alcançada pelos efeitos dessa instabilidade provocada por nada mais que as ações humanas.

Por isso, as próximas duas semanas devem constituir momento em que a população brasileira também poderá acompanhar os debates, dentro de suas possibilidades. Afinal, nada do que for discutido em Belém, no Pará, por autoridades ou especialistas terá qualquer valia prática se aqui fora, no mundo real, na vida em comunidade, todos não passarem a atuar como policiais, como responsáveis diretos e comprometidos, a fiscalizar mal-feitos ambientais. Já não é mais admissível, no mundo de hoje, que agressões ambientais sejam toleradas, diante de todos, sem que elas envolvam as equivalentes sanções e punições. Que devem ser tão rigorosas como normalmente são as devastações.

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De que adiantaria líderes de nações projetarem metas ambientais ou de re-equilíbrio da natureza, do clima, se aqui fora, na cidade e no interior, seguíssemos descartando o lixo em espaço público, e sem receber qualquer reprimenda por isso. Por outro lado, urge que as novas gerações sejam orientadas a deixar mais o carro de lado e fazer a pé ou de bicicleta trechos curtos até a escola ou o emprego. A começar pelo fato de que chegarão antes, uma vez que os demais estarão trancados em algum dos incontáveis engarrafamentos do trânsito até em localidades de pequeno porte.

O que o mundo de hoje requer, mais do que boa vontade ou disposição de algum dirigente ou liderança, em Belém, Brasília ou Washington, é de pessoas dispostas a mudar suas atitudes, seus comportamentos e posturas diante da natureza. Enquanto a sociedade persiste em ocupar várzeas (historicamente alagáveis) e morros (por óbvio sujeitos a deslizamentos), ela seguirá colhendo o que plantou: tensão, medo, prejuízos, insegurança.

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Que todos, na cidade ou no meio rural, aprendam a respeitar o ecossistema que os cerca: é impossível querer viver em paz e equilíbrio em um mundo que o ser humano desequilibra de forma flagrante, e querer um clima mais favorável às atividades produtivas e industriais impondo a natureza a desmantelamento.

O planeta Terra é, em grande medida, a nossa casa. E coletivamente, enquanto humanidade, a dilapidamos de tal forma que ela ficou pouco segura tanto para nós quanto para as demais espécies, das quais inclusive eliminamos inúmeras. O que se debaterá em Belém, na COP 30, é: como poderemos contribuir, todos, para tornar nossa única casa novamente habitável. Até porque nenhuma outra casa existe, e provavelmente nunca existirá. Bom fíndi!

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Romar Behling

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