ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

“El pibe de oro”

Era assim que os argentinos o chamavam: o garoto de ouro. Genial, rápido, um cérebro privilegiado para encontrar os caminhos sinuosos do futebol. Tinha tudo que precisava para não ser jogador de futebol. Pequeno, sem impulsão para enfrentar um zagueirão. Mas se colocava de tal jeito que, com sua altura que deixava a desejar, encontrava uma saída escondida e de lá cabeceava num cantinho milimétrico onde o goleiro não estava.

Perigoso como uma cobra da Índia, passava em ziguezague, sem se dar ao luxo de uma trombada. Desculpem, trombada era comigo quando eu jogava futebol. Mais de 1,90 de altura, sem muita ou nenhuma velocidade. Eu fazia o seguinte: tinha força e, portanto, passava a bola para quem sabia, pois eu não tinha habilidade.

ads6 Advertising

Publicidade

Também quero recordar que um dia ouvi de um alemão, muitos anos atrás, a seguinte frase: “vocês, os jogadores brasileiros e sul-americanos, são gente que não foi à escola, não estudou outro idioma, passou treinando noite e dia, são hábeis, mas não têm muita ideia de tática. Mas seu talento é tal que um jogador resolve, num átimo, sozinho, num lampejo, a parada.” “El pibe” era um desses gênios. Como a maioria, jogadores brasileiros e argentinos, incluindo os uruguaios, procedem de famílias pobres.

Vou abrir parênteses.

ads7 Advertising

Publicidade

O problema é a faculdade, os cursos, os intermináveis estágios. Fazem bem. Melhor uma profissão segura e não uma que um “carrinho” nos joelhos tira o jogador, para sempre, do esporte bretão.

O jogador de futebol, como “El Pibe”, maravilhou-se com as luzes dos restaurantes finos, as viagens de avião em primeira classe, as “marias chuteiras”, prontas para o amor feito entre luxos e perfumes.

ads8 Advertising

Publicidade

Mulheres com dentes perfeitos, cabelos lindíssimos, saradas.

Que belíssimo novo mundo.

Surgem ambientes em que, além da champagne, se servem passagens para um outro mundo cheio de prazer: a cocaína, LSD e outros caminhos para o céu da felicidade.

Publicidade

O problema, mais que a mente, é nossa carcaça. O corpo, bem ou mal, tem problemas, como hepatite, câncer, coração, etc.

“Se equivocó la paloma, se equivocaba…”

LEIA OUTRAS COLUNAS DE RUY GESSINGER

Publicidade

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta