Receptivas eras e vinhas emolduram uma loja no centro da cidade. O prédio, transparente em seus blocos de arenito argamassados nas paredes antigas, faz eco com os tijolos que emanam rusticidade aliada ao que a modernidade pode oferecer, formatando atraente ambiência acolhedora. “Aqui nada vai fora.
Reaproveitamos tudo. A gente se recicla dentro do próprio gosto. Aliamos o passado e o presente em mudança constante. Que chatice se a gente não mudasse, não é mesmo?”, instiga a sra. Regina. Ela, vocacionada à decoração, se vale da natureza como inspiração. E prossegue: “Mantivemos o que foi possível da casa original. Até aquela janelinha, lá na parede! Mas gosto mesmo é de porta-janelas. Elas iluminam, ventilam e diminuem o gasto com energia elétrica. Prefiro as cores orgânicas, os tons de areia, pedra, madeira, tijolo, terra… de natureza.”
Caminhamos até o jardim interno emoldurado por glicínias. Um pouco adiante chegamos ao pátio ensolarado. Regina sinaliza para os liquidâmbares: “Estes foram plantados pelo meu marido, o Adonis, que ama árvores”. Adonis se aproxima e nos encaminha para uma pipa centenária, onde rolhas sustentam instigantes fotografias de datas transitadas. No entorno à adega, livros pedem leitura. Livros também distribuídos em diferentes pontos da loja, como os organizados junto a uma centenária “Gelomatic”, uma geladeira a querosene, em cuja porta se lê: “Você pode levar um livro a qualquer lugar e ele pode fazer o mesmo por você”.
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Uma capa, em textura tátil, de Os sertões, de Euclydes da Cunha, chama atenção, assim como o Pequeno compêndio de ciências físicas e naturais, de Radagásio Taborda, publicado pela Livraria do Globo em 1940. Todavia é a obra Elementos de História Natural para o 3º ano seriado, de autoria do jesuíta Balduíno Rambo. que nos aguça os sentidos.
Trata-se da segunda edição da obra revista e melhorada, trazida a lume no ano de 1937. No prefácio o autor nos alerta: “De resto, não tenho outro desejo senão o de contribuir, não só para que a juventude estudiosa aprenda a conhecer a natureza pátria, mas que comece a amá-la” e conclama para que as pessoas “se oponham à destruição da fisionomia natural do Brasil”. Rambo grifa os termos “conhecer”, “amá-la” e “fisionomia natural”. Ao falar em fisionomia, por certo, já preparava sua obra referencial A fisionomia do Rio Grande do Sul, de 1942.
Perguntamos à Regina pela origem do gosto pelos livros: “Meu primeiro emprego foi de bibliotecária no Colégio Medianeira, em Candelária. Toda família está sempre lendo. O Adonis chega a ler dois livros ao mesmo tempo, e o Caio larga tudo por um livro. No Natal, o melhor presente são os livros”.
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MOBILIZAÇÃO HISTÓRICA
Coletivamente organizada, a reunião do dia 3 de julho no Salão Gigante demonstrou determinação e força. Moradores e lideranças, públicas e privadas, encontraram-se para debater e alinhavar as questões que mobilizam a região da Várzea/Navegantes. Anderson Raasch, o presidente do Bairro Navegantes, reforça que 278 pessoas assinaram o livro de presenças.
RETROCESSO DEVASTADOR
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A aprovação pela Câmara dos Deputados do PL 2159/2021 se constitui em erro histórico. Flexibilizar as bases do licenciamento ambiental atenta contra o futuro.
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