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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Em carta à Cristina Kirchner, Lula fala em conspiração contra Dilma e contra PT

Em carta enviada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, o petista classifica o processo de impeachment de Dilma Rousseff como “inconstitucional” e fala que a situação é uma “conspiração” para partidos derrotados assumirem o poder. Ele ainda acusa o PSDB de pedir o cancelamento do registro do PT na Justiça para impedi-lo de ser candidato a presidente em 2018. A carta, escrita em espanhol e assinada por Lula com data de 26 de agosto, tem seis páginas e foi publicada por Cristina nessa segunda, 29, em seu site.

No documento, Lula afirma que o processo de impeachment é inconstitucional e completamente arbitrário contra Dilma. Para o petista, a situação é fruto de uma conspiração de partidos derrotados nas últimas eleições com grandes grupos midiáticos e se configura contra as regras democráticas. O petista acusa “as forças conservadoras” de impedir a continuidade de programas sociais do PT.

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Segundo a carta, os responsáveis pela tentativa de afastar Dilma do poder atacaram o governo, que se esforçava para redefinir a política econômica em 2015, e ainda criaram um “beco sem saída” político e institucional.

O ex-presidente da República repete os argumentos da defesa de Dilma que não há crime de responsabilidade nos atos que ela é acusada e que os procedimentos contábeis contidos na denúncia são idênticos aos adotados por “todos os governos anteriores” e pelo próprio presidente interino Michel Temer nas ocasiões em que substituiu Dilma na Presidência.

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O ex-presidente fala que a corrupção foi combatida no governo do PT e que denúncias contra “partidos conservadores” são sistematicamente silenciadas e arquivadas. Ele escreve que juízes, fiscais e policiais são obrigados a cumprir a lei, assim como todas as pessoas, e ninguém pode ser publicamente condenado antes da conclusão do devido processo legal. “E menos ainda por meio da fuga deliberada de informações praticada pelas próprias autoridades com fins políticos”, complementa Lula.

O petista diz, na carta, que não teme nenhuma investigação e que são “inadmissíveis” a divulgação de conversas telefônicas feitas por ele e o uso das delações premiadas contra ele a troco da liberdade de presos.

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Cristina evocou ainda uma mensagem publicada pelo presidente da Bolívia, Evo Morares, na internet. Na segunda-feira, 29, Morales dirigiu-se à Dilma como “irmã” e escreveu em sua conta oficial no Twitter que, com o processo de impeachment no Brasil, “pretendem conter a rebelião de seu povo e expulsar os pobres, negros e mulheres do poder”.

O boliviano afirmou ainda que os golpes de Estado atualmente são parlamentares, judiciais e midiáticos. “Aos ex-presidentes de direito, favorecem com um manto de impunidade. Aos presidentes de esquerda, perseguição judicial e punição.”

No sábado, 27, outro latino já havia se manifestado defendendo Dilma Rousseff. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o processo de impeachment é uma “ofensa imperialista contra todos os movimentos progressistas, contra a presidente Dilma Rousseff”.

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