Encontro Regional de Sementes Crioulas incentiva produção familiar

Entre palestras, relatos de experiências, oficinas e momentos para trocas, cerca de 200 pessoas puderam ampliar seus conhecimentos no 7º Encontro Regional de Sementes Crioulas, promovido nessa quinta-feira, 26, pela Emater/RS-Ascar em parceria com entidades. Os participantes vieram de Encruzilhada do Sul, Rio Pardo, Mato Leitão, Passo do Sobrado, Santa Cruz do Sul, Gramado Xavier, Boqueirão do Leão, Vale Verde e Ibarama, entre outras localidades.

No Clube Cultural e Esportivo Vera Cruz, desde o início da manhã, pesquisadores, produtores rurais, estudantes e demais interessados vivenciaram momentos de incentivo à produção. Segundo Evandro Scariot, da Emater, o evento é considerado fundamental para a promoção e preservação da agrobiodiversidade.

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“Os estilos de agricultura sustentável também possibilitam mais segurança e soberania para a agricultura familiar”, ressaltou. Conforme o pesquisador, por isso é importante a participação dos jovens, uma vez que representam o futuro das propriedades agrícolas. “As sementes são um patrimônio importante.”

O produtor rural Flávio Antônio Mallmann, de 56 anos, sabe bem disso. Morador de Vila Palanque, em Venâncio Aires, era um dos expositores presentes no evento. Entre as diferentes variedades de sementes crioulas disponibilizadas para venda, procurava aprender, mas também inspirar os participantes. Para ele, que possui agroindústria de aipim descascado – o carro-chefe da propriedade –, a apicultura e os grãos surgem como opções de diversificação.

“Quando eu trabalhava com hortigranjeiros, as pessoas pediam por milho crioulo. Foi aí que corri atrás.” De acordo com ele, enquanto o ciclo de uma espiga de origem híbrida dura cerca de quatro dias – da colheita até chegar ao mercado –, a outra pode ser consumida depois de três semanas, ou mais. “A pessoa que conhece sabe o que está levando. A gente diz com orgulho que é uma alimentação mais saudável”, afirmou Mallmann.

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Em frente

Da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, um dos palestrantes foi o pesquisador Eberson Eicholz, que atua na conservação junto aos agricultores. Um dos assuntos abordados durante o encontro foi a democratização das sementes mantidas pela entidade. “Contamos com uma discussão avançada sobre o tema. Queremos encontrar formas de facilitar o acesso, de forma legal, aos produtores.”

A supervisora da regional de Soledade da Emater, Marines Bock, destacou o apoio da Prefeitura de Vera Cruz para a realização do evento, além da participação das Escolas Família Agrícola de Vale do Sol (Efasol) e de Santa Cruz do Sul (Efasc). “Para o próximo ano, estamos pensando em inovar e criar um evento mais focado nas mulheres guardiãs. Se a gente instigar, vem muito material.”

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