O percentual de famílias com dívidas no país renovou recorde histórico em julho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O cenário é pior para as famílias com renda de até dez salários mínimos. Entre os entrevistados, aumentou o número dos que afirmaram que estão com as contas atrasadas e dos que não terão como pagar a dívida.
Em julho, o total de endividados foi de 67,4%, frente a 64,1% em igual período do ano passado e a 67,1%, em junho. Já o porcentual dos que estão sem pagar contas é de 26,3% e o dos que não vão ter como quitar suas dívidas, de 12%.
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O número de famílias com dívidas apresentou tendências diferentes entre as faixas de renda pesquisadas, tanto na comparação mensal quanto na anual. Para as famílias com renda de até dez salários mínimos, o porcentual de famílias endividadas alcançou o recorde de 69% em julho. Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, a proporção do endividamento diminuiu para 59,1% em julho.
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Em relação à capacidade de pagamento, entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas alcançou 30,3% da renda, ante 30,4%, em junho, e 29,9% em julho do ano passado. É a primeira queda apresentada pelo indicador também desde janeiro de 2020.
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Apesar do contexto negativo em relação ao mercado de trabalho e à renda, a queda das taxas de juros e a inflação controlada em níveis historicamente baixos são fatores que podem favorecer o poder de compra dos consumidores. Além disso, os benefícios emergenciais também têm impactado positivamente o consumo, especialmente dos itens considerados essenciais, e auxiliado o pagamento de despesas”, afirmou a CNC em nota.
A confederação defende ainda a ampliação do acesso ao crédito com custos mais baixos e o alongamento dos prazos de pagamento das dívidas, para, com isso, mitigar o risco do crédito no sistema financeiro.
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