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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Entidades se mobilizam contra plano do governo que prevê extinção de municípios

Comandantes da prefeituras preveem um prejuízo enorme para as comunidades

Os prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) aprovaram durante assembleia, na última quinta-feira, 14, em Sinimbu, a elaboração de um documento, junto com o Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede/VRP), contestando a proposta do governo federal que prevê a extinção de municípios com menos de cinco mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total. De forma unânime, os participantes da reunião criticaram a medida prevista pela área econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O prefeito de Vale Verde e presidente da Amvarp, Carlos Gustavo Schuch, disse que o tema preocupa, pois há quatro municípios que integram a associação e seriam extintos: Gramado Xavier, Herveiras, Mato Leitão e Vale Verde. Considerando toda a região do Vale do Rio Pardo, nove localidades seriam atingidas. “Seria um prejuízo enorme para essas comunidades e um grande retrocesso. É visível o crescimento dessas localidades após a emancipação”, afirmou.

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Todos os prefeitos que se manifestaram, além do presidente do Corede, Heitor Petry, consideraram que a proposta dificilmente será aprovada e afirmaram que as emancipações das pequenas comunidades rurais foram muito positivas e trouxeram os serviços públicos para mais perto dos cidadãos. Para eles, o governo federal quis criar uma discussão sobre o endividamento dos municípios e também sobre o tamanho do Estado. “Foi um bode que colocaram na sala para chamar a atenção das responsabilidades de cada município. Concordo que as regras para emancipação devem ser mais duras, mas a grande questão é que as estruturas dos municípios, estados e do país precisam ser muito mais leves”, disse o prefeito de Vera Cruz, Guido Hoff.

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Na avaliação do prefeito de Pantano Grande e presidente do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), Cássio Nunes Soares, a proposta não será aprovada, pois as emancipações foram aprovadas em plebiscitos. “Precisamos nos reinventar. E isso passa por cortes profundos. Não acredito que a PEC vingue, até porque não tem nenhum município emancipado que retroagiu, todos melhoraram”, disse.

Liberdade econômica
A assembleia da Amvarp de quinta-feira contou com a participação dos deputados estaduais Edson Brum (MDB), Elton Weber (PSB) e Rodrigo Lorenzoni (DEM). Este último fez a apresentação do projeto, de sua autoria, que coloca em prática no Rio Grande do Sul a legislação da Lei da Liberdade Econômica aprovada no Congresso. “O projeto trabalha muito no conceito da desburocratização. Muda a forma de relacionamento entre o Estado e o empreendedor, facilitando a abertura de empresas. Só no Rio Grande do Sul são mais de 400 mil desempregados e essa lei vem a contribuir para os pequenos empreendedores, ou empreendedores familiares, uma forma de geração de emprego”, disse Lorenzoni. Dentre as mudanças propostas, está a que permite empresas a digitalizar documentos e, após a regulamentação, descartar o exemplar original. Assim, não há necessidade de guardar e acumular papéis.

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O deputado disse que, para que a sociedade possa usufruir de todos os novos conceitos de Liberdade Econômica, é preciso fazer adaptações da lei aprovada no Congresso tanto no âmbito da legislação estadual quanto municipal. “Por isso a minha presença aqui na assembleia da Amvarp. Temos conversado muito com os municípios para trocar ideias, esclarecer pontos, trazer e receber informações para que, em um espaço breve de tempo, o Rio Grande do Sul possa ser o Estado com a maior liberdade econômica da União”, afirmou Lorenzoni.

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O projeto de lei também prevê nova organização e classificação das atividades consideradas de baixo, médio ou alto risco, dispensando algumas delas da necessidade de licenças, alvarás, entre outros documentos. Para o prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert, o maior desafio é justamente classificar as atividades nos níveis. “O desafio será estabelecer o que são atividades de baixo, médio ou alto risco. É preciso normatizar para não formar uma guerra entre os municípios, não criar uma competitividade muito grande. Ter uma tabela geral, mas também respeitando a individualidade de cada local “, afirmou o prefeito Giovane.

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