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Entrevista: “Vamos exigir que a Corsan cumpra o contrato”, diz Mathias Bertram

O plano de Mathias inclui a implementação de um berçário industrial para empresas de alimentação

Uma das estratégias de Mathias Bertram (PTB) para atrair investimentos privados é a criação de pequenos distritos industriais, voltados a empresas de baixo impacto, em regiões que enfrentam expansão populacional, como Linha Santa Cruz e João Alves. O plano inclui ainda a implementação de um berçário industrial para empresas de alimentação e a regulamentação dos food trucks, para tirar da clandestinidade quem atua nesse ramo.

Em entrevista na última sexta-feira, 16, defendeu políticas de incentivos fiscais e financiamentos, mas criticou as taxas de juros dos contratos de empréstimos assinados pelo atual governo. Entusiasta do turismo, revelou projetos como o da implantação de um Conventions & Visitors Bureau e de um Vale Cervejeiro, inspirado no Vale dos Vinhedos da Serra Gaúcha. Outro foco é o saneamento: crítico da atuação da Corsan, fala em aparelhar melhor a agência reguladora para apertar a fiscalização sobre a estatal.

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Entre acusações de falta de diálogo ao prefeito Telmo Kirst e elogios ao legado da família Moraes, Mathias também cogitou a possibilidade de subsídio para o transporte coletivo e acordos com agricultores para cedência de terras na zona rural para instalação de torres de telefonia e internet.

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Entrevista

Qual vai ser o papel da família Moraes no seu governo e como o senhor responde às críticas aos clãs familiares da política?

Eu terei os melhores conselheiros. O Sérgio foi o maior prefeito que Santa Cruz já teve. Realizou as maiores obras, começando, por importância, pela UTI Pediátrica. Temos aí um grande legado por parte dos Moraes, a Kelly depois também continuou muitas obras. É um orgulho para mim ter os Moraes ao meu lado, porque teremos também as portas abertas tanto em Brasília quanto no Estado. O deputado Marcelo já assumiu o compromisso de trazer, somente no próximo ano, R$ 10 milhões em emendas. A gente tem que respeitar as histórias. E eu também sou um defensor da família.

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Se o senhor for eleito, qual será o primeiro assunto ao qual vai se dedicar?

Na verdade, vamos começar muito antes, já no dia 16 de novembro. Teremos só 45 dias para montar o nosso governo. Vamos sentar com o deputado Marcelo para encaminhar as emendas, porque o dinheiro que ele quer trazer de Brasília já é para o próximo ano e o orçamento se fecha em novembro. E vamos chamar a Corsan para uma reunião e ver o que está acontecendo, o porquê do desabastecimento muito frequente e por que temos a quarta água mais cara do Brasil.

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O seu plano fala em revisar e auditar o contrato da Corsan. Como garantir que o contrato seja cumprido?

A Corsan vai cumprir o contrato. Não vamos pedir, vamos exigir que ela cumpra, sob pena de levar à rescisão. O Ministério Público será nosso parceiro e vamos dar mais ferramentas à agência reguladora, que faz um trabalho bom, mas não tem estrutura para fazer a fiscalização. A agência tem uma pequena quantidade de funcionários cedidos pela Prefeitura. Vamos ceder quantos funcionários forem necessários para a fiscalização. E temos um grande desafio porque, nos próximos quatro anos, vamos perder o subsídio que foi implementado lá atrás e que gira em torno de 20%. Se já temos a quarta água mais cara, com a perda desse subsídio podemos ter, infelizmente, a água mais cara do Brasil.


O senhor propõe reduzir o número de secretarias. Atualmente, são 15. Quais o senhor cogita extinguir?

Nós vamos fazer um grande plano de reestruturação. A Comunicação, com certeza, vamos extinguir. Podemos fazer a junção da Administração com o Planejamento ou com a Fazenda. E depois, estrategicamente, vamos pensar na redução de mais uma ou duas, sem prometer. Até porque precisamos entender exatamente cada pasta, como ficaram, porque ao longo desse governo foram feitas muitas alterações dentro das secretarias.

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O seu plano também cita políticas de atração de investimentos. Como tornar Santa Cruz atrativa para investidores?

A primeira forma de atrair investimentos é estar aberto para receber empresários. O César Cechinato fez um grande trabalho junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, só não trouxe mais empresas porque não deu mais tempo e o prefeito, de certa forma, não cooperava, porque às vezes as pessoas querem vir falar com o prefeito. E ele não recebeu empresários, não recebeu investidores. Precisamos mostrar Santa Cruz para o mundo. Precisamos ter um marketing melhor nas ferramentas digitais, como Facebook, Instagram, YouTube. E também ajudar os pequenos empreendedores a crescerem. O turismo é uma boa forma de atrair investimentos. Muitas vezes, o empreendedor precisa de um empurrãozinho e o Município pode fazer isso através de política pública e desburocratização. As empresas procuram cidades com sistemas mais simples e rápidos. Também pretendemos construir um Berçário Industrial e um Berçário da Alimentação. Temos vários empreendedores que não conseguem se legalizar porque não conseguem construir uma cozinha. Também vamos legalizar os food trucks, trabalhamos quatro anos na Câmara por isso, mas não foi possível.

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E o que senhor pensa a respeito de incentivos fiscais?

Vejo que o incentivo fiscal às vezes é muito importante. Mas tem que ver, dentro da legalidade, o que o Município pode. Sabemos que às vezes a concessão de um terreno ou uma área é uma forma de incentivar as empresas, mas dentro do ISS não conseguimos mexer muito, porque há uma tabela fixa que não há como reduzir. Vamos olhar para áreas a fim de trazer novos distritos industriais para Santa Cruz. Queremos levar pequenos distritos industriais para áreas onde a população vem crescendo muito, como Linha Santa Cruz e João Alves, que são distantes do atual Distrito Industrial. Ir trabalhar de bicicleta ou a pé é o sonho de qualquer brasileiro.


Mas isso não exigirá alteração no Plano Diretor? Hoje são restritas as áreas onde é permitido instalar uma indústria…

É, mas serão indústrias de baixo impacto. Pequenas indústrias que geram riqueza sem impactar no meio ambiente. Então, vejo que conseguimos fazer essas alterações, até porque os bairros novos estão querendo.

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