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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Escola satisfaz apenas 1 a cada 10 jovens no país, diz pesquisa

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 22, pelo Instituto Inspirare mostra os jovens não estão satisfeitos com as escolas brasileiras, o que envolve aulas e material pedagógico.  “Os alunos demonstram claramente que não estão felizes com a forma como o ensino e a aprendizagem ocorrem”, diz Anna Penido, diretora do instituto. De acordo com Anna, os alunos reclamam da inadequação das aulas e do material didático e afirmam que as relações entre eles e entre eles e os professores “não é legal”.

Feita em parceria entre o portal Porvir, programa especializado em inovações educacionais do Instituto Inspirare, e a Rede Conhecimento Social, a pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção mostra que um em cada 10 jovens que responderam ao questionário está satisfeito com as aulas e o material pedagógico.

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Oito em cada 10 entrevistados disseram que as relações dos alunos com a equipe escolar e com os colegas precisam melhorar. Apesar das críticas, os estudantes ouvidos na pesquisa demonstram que ainda têm vínculo afetivo com o espaço escolar: 70% deles gostam de seus colégios e 72% dizem que aprendem lá coisas úteis para sua vida.

“Eles gostam da escola, eles não desistiram dela. Eles querem que a escola seja diferente, mas que continue existindo. A escola se desconectou da realidade desses alunos, e agora, para se reconectar, vai ser importante escutá-los, ver porque não estão aprendendo”, frisou Anna.

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Anna disse que esse modelo respondeu a uma realidade “mais cartesiana, mais linha de produção, quando as pessoas se preparavam para uma profissão conhecida, em um cenário mais estável”. “Vivemos hoje em um mundo mais volátil, [com] muita intermediação tecnológica, e a escola tem que acompanhar as novas demandas”, acrescentou Anna.

A estrutura física das escolas também é motivo de descontentamento. Para metade dos entrevistados, a sala de aula tradicional, com carteiras dispostas em filas, não faz parte da escola dos sonhos. Os alunos ouvidos na pesquisa expressaram a vontade de diversificar o local em que estudam. As opções mais populares são o uso de ambientes internos e externos e de móveis variados, como pufes, bancadas, almofadas e sofás, dispostos em diferentes configurações, Os entrevistados não querem estudar apenas em lugares fechados: 44% sonham com uma escola com bastante área verde.

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Os jovens também acreditam que a escola deve prepará-los para o futuro. Mesmo quando imaginam uma instituição inovadora, 27% dizem que o foco deve ser “o preparo para o Enem e o vestibular” e 23% dão prioridade à “preparação para o mercado de trabalho”. Quanto ao currículo, 25% querem ter algumas disciplinas obrigatórias e o direito de escolher outras, enquanto 21% defendem disciplinas obrigatórias no horário de aula e eletivas no contraturno.

Para entender o que os alunos pensam da escola e, principalmente, o que esperam dela, a pesquisa usou uma metodologia chamada PerguntAção, que envolveu os jovens em todas as etapas do processo – da elaboração do questionário à análise das respostas.  O questionário ficou disponível na internet de 28 de abril a 31 de julho deste ano, para que alunos ou ex-alunos de todo o Brasil pudessem responder às perguntas feitas com o apoio de um conselho de especialistas e de um grupo de 25 jovens de 13 a 21 anos. Algumas secretarias de Educação empenharam-se em divulgar a pesquisa entre os jovens.

Segundo Anna Penido, o Instituto Inspirare busca apresentar a pesquisa ao Ministério da Educação e às secretarias de Educação, para que a voz dos jovens possa influenciar na tomada de decisão diante dos gestores.

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