Agenda, com representantes dos estados do Sul, abordou a criação de um fundo específico e uma nova modelagem de concessão - Foto: Mauricio Tonetto/Secom
A concessão da malha ferroviária da região Sul voltou ao centro do debate entre lideranças políticas. Em reunião técnica realizada nessa terça-feira, 8, em Florianópolis, os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Santa Catarina, Jorginho Mello, discutiram com técnicos da área de logística, secretários estaduais e representantes do Paraná e do Mato Grosso do Sul a urgência de um novo modelo para o transporte ferroviário para o sul do país.
O foco principal foi o futuro da concessão operada pela empresa Rumo, que atualmente controla 7,2 mil quilômetros de trilhos em quatro Estados. No caso do Rio Grande do Sul, o cenário é alarmante: dos 3.823 quilômetros originalmente concedidos, apenas 921 seguem operacionais, especialmente após os danos causados pelas enchentes de 2024. A concessionária já sinalizou interesse em devolver parte da malha gaúcha à União, mantendo apenas o trecho entre Rio Grande e Cruz Alta, considerado mais rentável.
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As equipes estaduais demonstraram preocupação com a proposta da Rumo de renovar a concessão por mais 30 anos. O temor é de que os valores da chamada devolução onerosa — que podem chegar a R$ 2,8 bilhões — sejam aplicados em ativos da empresa fora da região Sul, deixando os Estados afetados sem contrapartida.
Para o governador Eduardo Leite, o momento exige protagonismo da região na construção de uma nova modelagem. “A malha ferroviária gaúcha perdeu metade da sua movimentação nos últimos anos e está operando com baixa velocidade, alto custo e pouca integração. Não aceitaremos que essa concessão seja prorrogada sem compromissos concretos de investimento e planejamento. Os recursos da devolução precisam ser aplicados aqui, onde o prejuízo é real e onde há potencial de crescimento”, defendeu.
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Entre os encaminhamentos da reunião, está a criação de um grupo técnico entre os Estados do Sul para acompanhar os estudos da nova concessão e manter diálogo com o governo federal. Também foi sugerida a constituição de um fundo regional específico para receber e aplicar os recursos decorrentes da devolução dos trechos inativos.
O contrato atual da Malha Sul vence em 2027. Segundo os governos estaduais, os estudos em andamento pelo governo federal ainda não consideram os impactos das enchentes deste ano, o que compromete o diagnóstico da infraestrutura e a definição de prioridades.
O Rio Grande do Sul defende que, além da recuperação dos trechos afetados, seja feita a modernização da estrutura remanescente, a retomada de conexões interestaduais e a construção de variantes estratégicas. O objetivo é resgatar a importância do modal ferroviário para o transporte de cargas e reduzir os custos logísticos para produtores e indústrias gaúchas.
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