ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Estudo brasileiro desenvolve exame para diagnosticar esquizofrenia e bipolaridade

ads3

ads4

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um exame de sangue capaz de diagnosticar a esquizofrenia e o transtorno bipolar, duas doenças psiquiátricas com sintomas semelhantes. O exame diferencia os dois transtornos por meio da análise de alterações bioquímicas e moleculares envolvidas em cada uma das doenças. O estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O diagnóstico dessas duas patologias atualmente é feito com base na análise clínica, o que é considerado um processo subjetivo porque depende da avaliação do psiquiatra e da capacidade do paciente em relatar os sintomas. Por esses motivos, um diagnóstico desses distúrbios pode levar anos.

ads6 Advertising
Na contramão da saúde mental

Publicidade


“É complicado diferenciar duas enfermidades que compartilham sintomas tão parecidos por meio de exames clínicos. Com o exame laboratorial é possível identificar padrões no soro sanguíneo e, assim, diferenciar casos de esquizofrenia e bipolaridade de modo preciso, o que melhora o prognóstico dos pacientes”, disse a professora no Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) e coordenadora do estudo, Mirian Hayashi.

Segundo os pesquisadores, o exame analisa o conjunto de substâncias químicas resultantes de reações do metabolismo (metabólitos) e não apenas um biomarcador específico como proteínas, genes ou moléculas. Também foram analisados usuários de crack, já que a substância disfarça o primeiro episódio psicótico de pacientes esquizofrênicos.

ads7 Advertising

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Especialistas orientam sobre como lidar com autismo durante a pandemia


A pesquisadora explicou que o objetivo do estudo foi encontrar padrões diferentes nos metabólitos e associá-los a um dos transtornos. As amostras de soro sanguíneo foram colocadas sob efeito de um campo magnético e com a análise da ressonância magnética foi possível detectar as variações de prótons na amostra.

ads8 Advertising

Publicidade

A pesquisadora destacou que a hipótese mais aceita pela ciência para casos de esquizofrenia e bipolaridade está associada ao desequilíbrio de dopamina, um neurotransmissor do cérebro. Os principais medicamentos antipsicóticos disponíveis hoje no mercado são moduladores de dopamina. Ela lembra que o uso de drogas ilícitas, como o crack, aumenta a liberação de dopamina o que provoca o desequilíbrio momentâneo no neurotransmissor.


“Por isso, usuários de crack em crise apresentam sintomas parecidos. Porém, pessoas com esquizofrenia ou bipolaridade têm também alterações genéticas além do desbalanço químico no cérebro. Por esse motivo estudamos também usuários de crack”, disse.

De acordo com o coautor do artigo, João Victor Silva Nani, além de diferenciar uma condição de outra, o estudo revela novas informações sobre as duas doenças permitindo estudos futuros e contribuindo para o desenvolvimento de tratamentos mais eficientes. “Afinal, se existe um padrão de alteração nos metabólitos, ele decorre de uma via específica para cada doença, que ainda não conhecemos”, ressaltou.

Publicidade

LEIA MAIS: Atendimentos em saúde mental crescem no RS durante a pandemia

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta