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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Estudo vai usar modelo de sondagem eleitoral para calcular casos de covid-19

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Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, vai usar uma metodologia similar à das pesquisas eleitorais para calcular quantos casos de covid-19 existem no Brasil. Os testes começam em 15 dias. Antes do fim de maio, o País já terá dimensão bem mais clara do tamanho da epidemia.

Originalmente, o objetivo do projeto era fazer o levantamento de forma experimental somente no Rio Grande do Sul, com financiamento de R$ 1 milhão do Instituto Serrapilheira. Mas o Ministério da Saúde logo percebeu o potencial da ideia. Antes que os técnicos fossem a campo no Sul, firmou um contrato para uma pesquisa de abrangência nacional. Será o primeiro estudo no Brasil a estimar o número de infectados com maior precisão.

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Pelo menos 80% dos infectados, no entanto, têm pouquíssimos sintomas ou nem sequer os apresentam. Mesmo assim, transmitem o vírus. É por isso que, atualmente, o distanciamento social é a única forma de impedir disseminação maior da doença: ao confinar todo mundo, os portadores assintomáticos também ficam isolados.

Mas se soubermos com mais exatidão quantos são os infectados, onde eles estão e, sobretudo, quem já teve a doença e está imune, será possível, por exemplo, criar medidas de prevenção menos radicais e mais objetivas. Os doentes poderiam ser isolados e os que já estão imunizados poderiam voltar ao trabalho sem risco de contaminação.

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De acordo com o protocolo do estudo desenhado para o Brasil, serão testadas 99.750 pessoas de todas as regiões brasileiras em três fases. Cada uma terá 33.250 pessoas, e haverá intervalos de tempo de duas semanas entre elas. Somente em São Paulo serão 8 250 testados. Nas pesquisas de intenção de voto, que têm margem de erro de 2% a 3%, são entrevistadas, em média, duas mil pessoas.

“Neste momento, a melhor recomendação é o isolamento”, constata o epidemiologista Pedro Hallal, reitor da UFPel e coordenador-geral do projeto. “Mas sabemos que esse isolamento não pode durar seis meses, um ano. Por isso, precisamos de evidências científicas para recompormos nossa força de trabalho. Isso não pode ser feito por critérios ideológicos, e sim científicos. Vamos identificar os imunizados e devolvê-los ao mercado de trabalho.”

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“O nome do projeto é ‘back to the basics’ (de volta ao básico, em inglês)”, disse Hallal. “A epidemiologia avançou muito e faz muitas modelagens, cria modelos estatísticos, para ver o que vai acontecer daqui a vinte anos com epidemias que já estão aqui há séculos. Com isso, nos desacostumamos a fazer os trabalhos mais básicos da epidemiologia. Mas agora, com uma epidemia nova, temos que fazer isso, voltar ao básico; saber, antes de mais nada, quantas pessoas foram infectadas.”

O número de pessoas testadas servirá como uma amostra muito mais confiável do que as disponíveis hoje do total da população. O custo estimado é R$ 30 milhões. O estudo no Rio Grande do Sul está mantido: serão testadas 18 mil pessoas, em 4 fases.

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