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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Faça a coisa certa!

Tenho amigos afetuosos que, por mais incrível que isso possa parecer, gostam de mim. Que bom! E demonstram isso de uma forma bem explícita, efusiva, com abraços apertados, beijos estalados, tapões nas costas (destes, eu desconfio!) e, em tempos de coronavírus, cotovelaços leonardianos.

Fico pensando em quem será que teve a ideia do cumprimento com o cotovelo. Alguém que não tem muitos amigos, evidentemente.

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No começo da semana eu fui cumprimentado com um cotovelaço destes, na altura das costelas, que me fez repensar a vida – e os amigos que acumulei, ao longo dela.

O cumprimento durou até o meio da semana – quando então virou comprimento (hehe!). E toda a vez que eu suspirava, me doía uma das costelas.

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Evite, no entanto, espirrar, tossir, cuspir, entre outras manifestações fisiológicas, naturais, mais efusivas. “Pum de palhaço” pode, pois, segundo a ministra Regina Duarte, a Namoradinha do Brasil, o “pum de um palhaço” é o que resume nossa cultura.

Mas evite ir ao circo por estes dias: ele tem vindo ao nosso encontro.

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E há os que gostam de ficar em casa quando os demais habitantes, da casa, não estão em casa. Por motivos óbvios.
– Benhê, aproveita que tu tá aí, sentado, sem fazer nada, arruma o chuveiro e a…
– Mas o que é que tem o chuveiro?
– Ele não esquenta direito e…
– Pois é, eu também não.
– Também não, o quê?
– Não “esquento”, hehe!

É possível que, dependendo de quanto tempo vai durar esta situação, esteja nascendo agora um perfil de humanos que terão um comportamento mais introspectivo, no futuro. É hora de pensar. Não que a gente não pense, quando em comunidade, pois que estamos sempre pensando, mas em rotina de isolamento parece que a gente pensa muito mais, não é mesmo? É o princípio do encarceramento, para a reabilitação.

A gente pensa, inclusive, no que é que vai fazer agora.

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Sugiro que você aproveite para ler. É, coloque a sua leitura em dia. Temos tantos, e tão bons livros, à disposição. Garanto que você tem aí aqueles que nem leu ainda. Ou os que estão esperando por uma releitura. Reler é tão bom; a gente descobre coisas novas, de que não tinha se dado conta em uma primeira – e rápida – leitura.

Veja filmes, também, ouça música, e converse mais com os que estão em casa, junto com você. Fique sossegado! Uma hora, tudo isso vai passar, e vai ser só uma mancha indiscreta numa memória distante.

O mais importante, agora, é fazer a coisa certa, ok?

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