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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Fagundes estreia como produtor em parceria com cineasta gaúcho

Um longa com elenco estelar (Antonio Fagundes, Caio Blat, Caco Ciocler, Emílio de Melo, Marcos Caruso, Alexandra Martins, entre outros), com locações em um hospital e em uma emissora de TV em São Paulo, além de diversos pontos no Rio de Janeiro, obrigaria qualquer produtor a sair à caça de vários milhões de reais. Pois 15 Segundos, o Filme envolverá todos esses detalhes que garantem sua qualidade e seu custo não ultrapassará os seis dígitos. “Encontrei um diretor/produtor, Paulo Pons, com uma filosofia de trabalho idêntica à minha, ou seja, sem usar as leis de incentivo, o que diminui os custos e oferece mais liberdade de trabalho”, comenta Fagundes que, além de ser o protagonista, estreia como produtor cinematográfico.

O sistema remonta a uma forma antiga e saudável de se produzir teatro utilizada por Fagundes desde os anos 1980: por meio de uma cooperativa. Ou seja, não se buscam patrocinadores tampouco a produção é inscrita nas leis de incentivo. Dessa forma, Fagundes conseguiu, no início da carreira, implementar o esforço coletivo para levantar, na época, espetáculos instigantes como Morte Acidental de um Anarquista e Cyrano de Bergerac. E a experiência se repete nos dias atuais com Tribos (2013) e a montagem que está em cartaz, no Teatro Tuca, Baixa Terapia, que, devido ao grande sucesso, estendeu a temporada até dezembro. “Atores e técnicos somam seus talentos a favor da produção e repartem os dividendos”, explica Fagundes.

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“Com essa busca por um custo de produção baixo, não tenho a intenção de mudar a estética do cinema brasileiro, mas apenas encontrar um meio de fazer filmes com liberdade”, conta Pons. “O desafio é chegar a um bom acabamento.” Foi nesse detalhe que seu casamento artístico com Fagundes começou. O ator se interessou por uma história que Pons vinha desenvolvendo, um thriller político. “Fiquei fascinado pela forma com que ele desenvolveu a trama, criando expectativas que cativam o espectador”, explica Fagundes, que apresentou sugestões.

“A história já tinha seu suspense e Fagundes acrescentou uma discussão sobre ética que também envolve a mídia”, relembra Pons que, na terceira versão, finalizou o roteiro de 15 Segundos, o Filme. O longa se passa em três dias muito tumultuados. Fagundes vive o jornalista Cacá Viana, veterano âncora de uma grande emissora, mas cujo sucesso começa a declinar. Em seu último dia à frente do programa, ele vai entrevistar dois pré-candidatos de um partido para a disputa pela presidência da República, Roberto (Marcos Caruso) e Igor (Emílio de Melo). Ambos desfrutam de enorme popularidade e com grande chance de vencer a eleição – resta saber apenas quem será o indicado pelo partido.

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No melhor estilo de suspenses políticos clássicos como o absorvente Boa Noite e Boa Sorte (2005), de George Clooney, 15 Segundos, o Filme foi pensado em detalhes para que o quebra-cabeça se montasse. Com uma produção enxuta, a rodagem das cenas envolveu um cuidadoso planejamento. “O roteiro foi aperfeiçoado durante duas semanas, antes do início das filmagens que, por contar com parcerias, não podiam atrasar”, comenta Pons.

Sim, parcerias tanto dos atores que fazem participações especiais, portanto, buscaram buracos em suas agendas para comparecer ao set, como de empresas, que cederam seus espaços como locações. Foi o caso, por exemplo, das cenas rodadas em um hospital – a direção da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo ofereceu um andar ainda inativo de um de seus modernos edifícios, no bairro da Bela Vista. “Foi de uma gentileza muito bem vinda, pois 20% da trama acontece em um hospital e não teríamos como filmar em algum em atividade”, conta Fagundes, que também contou com a colaboração da TV Cultura, que cedeu um de seus estúdios para gravar as cenas em que Cacá está no ar. “Se tivéssemos que recriar em cenário, seria muito custoso”, avalia Pons.

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Com tudo cronometrado (as filmagens não passarão de três semanas, no total), Fagundes e Pons pretendem lançar 15 Segundos no início do próximo ano. Mas, a parceria já tanto frutificou que eles planejam a próxima produção. “Paulo está finalizando o roteiro e devemos começar a rodar em outubro”, comenta Fagundes, com a agradável sensação de dever cumprido.

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