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Falta quase um ano

Os brasileiros estão a menos de um ano de voltar às urnas eletrônicas. Terão que escolher deputados estaduais e federais, governadores, senadores e presidente da República. Pouco se dá atenção a esse momento, que é fundamental para a história do País. Não se trata de ir votar, de cumprir uma obrigação cívica. É a possibilidade de definir o futuro para crianças, jovens e adultos. Ao se dizer que falta perto de um ano, parece falar de algo muito distante, mas a passagem desse período é muito rápida. É preciso, portanto, ficar atento às formas como são feitos os acordos, parcerias e coligações, os nomes que surgem ou se repetem.

Quem abre mão de ficar atento agora corre o risco de deparar-se com um “Candidato Caô-caô”, que foi descrito pela tradicional irreverência de Bezerra da Silva: “Ele subiu o morro sem gravata, dizendo que gostava da raça; foi lá na tendinha, bebeu cachaça e até bagulho fumou”. Não é difícil encontrar esse tipo de caçador de votos, que nem sabe onde fica o bairro, mas faz questão de passar por lá para deixar um abraço nas crianças. Mas isso não é novidade. “Então, parei e até pensei. Tem quem goste assim do jeito que tá”, cantou Criolo.

O certo é que não há como ter certeza de que os candidatos são aquilo que esperamos ou que se anunciam. Portanto, redobrar a atenção no noticiário profissional é uma atitude de quem tem compromisso com a política, com a expectativa de futuro e com dias melhores para si e para seus familiares. Ignorar as negociações de agora faz com que a eleição vire um exercício de adivinhação, como a cantada por Simone, aquela do “Então é Natal”. “Como será amanhã? Responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser.” É fácil colocar a responsabilidade nas mãos de Deus quando nós é que deveríamos ter agido de forma mais racional, escolhendo o melhor pelo conteúdo e não pela paixão.

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A história já mostrou que toda vez que se misturou política com paixão clubística, como se fosse uma arquibancada de Gre-Nal, ou religião, não dá certo. A Igreja Católica, quando tinha muito mais poder político, matava mulheres em praça pública, com a argumentação de que eram bruxas. Em nome de Deus, há muitos anos o Oriente Médio vive em guerra. Deus? O Chico Buarque cantou em “Apesar de você”, que diz: “A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão, viu. Você que inventou esse estado e inventou de inventar toda a escuridão; você que inventou o pecado esqueceu-se de inventar o perdão”.

Para auxiliar o público a conhecer as pessoas que disputam o maior cargo do Estado, a cadeira principal do Palácio Piratini, o programa Estúdio Interativo da Rádio Gazeta FM 107,9 tem feito entrevistas com pré-candidatos. Alguns já falaram, outros ainda terão oportunidade. Quem perdeu pode ouvir a gravação no site soundcloud.com/rdgazeta. Enquanto acharmos bobagem nos preocuparmos com antecedência, fica como musicou Zé Ramalho: “um país onde os homens confiáveis não têm voz, não têm vez, nem diretriz, mas corruptos têm voz, vez e bis”.

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Marcio Souza

Jornalista, formado pela Unisinos, com MBA em Marketing, Estratégia e Inovação, pela Uninter. Completo, em 31 de dezembro de 2023, 27 anos de comunicação em rádio, jornal, revista, internet, TV e assessoria de comunicação.

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Marcio Souza

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