Os agricultores que vendem produtos orgânicos e coloniais na Avenida Senador Alberto Pasqualini, em Santa Cruz do Sul, enfrentam dificuldades para trabalhar em dias de chuva. Na falta de local adequado, o grupo, para proteger produtos e clientes, improvisa uma estrutura com lonas sobre ferros em frente à Praça Ernesto Frederico Söhnle. Ligadas ao Núcleo de Agricultores Ecologistas de Santa Cruz do Sul (Naesc), nove famílias deixam localidades como Linha João Alves e Quarta Linha Nova Baixa e atendem todas as terças-feiras e sábados pela manhã.
Com clientela fixa que alcança a marca de 300 pessoas por sábado, os agricultores reclamam da falta de estrutura concedida pelo poder público. Atualmente eles trabalham na calçada, porém, em períodos de mau tempo, sofrem com a “molhaceira” que acomete o local.
“É um verdadeiro transtorno. Chegamos aqui pelas 6h30 e, logo nos primeiros minutos, já ficamos encharcados só para montar as lonas. Não bastasse isso, temos ainda que amontoar as mercadorias e pedir a compreensão dos clientes, que também sofrem com a falta de espaço”, explicou a feirante Ane Schweickardt.
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Na tentativa de agilizar o processo, os agricultores organizaram, no final do ano passado, um abaixo-assinado não só para pedir a permanência da feira no local – que à época corria o risco de mudar de endereço –, mas também solicitar um espaço com mínimas condições aos feirantes e sua freguesia. O documento recolheu mais de 160 assinaturas. “Nessas condições, nosso movimento chega a cair até 70%”, afirmou Ane, enquanto retirava a água acumulada em cima da lona.
Outro problema constatado diz respeito à própria saúde dos trabalhadores, já que, muitas vezes, eles têm de passar toda a manhã com as roupas molhadas. “Tenho colegas aqui que mal se recuperam de um resfriado e já estão doentes de novo”, salientou a feirante.
Estrutura deve ser entregue até fim do ano
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Conforme o secretário de Planejamento e Gestão, Jéferson Gerhardt, sugestão encaminhada à Prefeitura pelo vereador Ilário Keller (PTB) para a construção de um prédio na praça já foi aprovada. Segundo ele, a ideia inicial era abrir licitação, porém, como forma de agilizar o processo, a Prefeitura decidiu utilizar recursos e mão de obra próprios. “Por tratar-se de uma pequena edificação, acredito que até o fim do ano já entregamos o espaço para os feirantes”, garantiu o secretário.
A localização da feira, porém, ainda é incerta. De acordo com o responsável pela pasta de Agricultura, Licério Agnes, alguns residentes do Bairro Santo Inácio são contrários ao levantamento de uma estrutura na Praça Ernesto Frederico Söhnle. Agora, a ideia é organizar uma reunião entre feirantes e moradores a fim de definir se a feira permanece na Pasqualini ou adota novo endereço. “Na semana que vem iremos convocar os participantes para o encontro”, acrescentou Agnes.
Ilário Keller, porém, afirma que a contrariedade ao comércio de orgânicos na praça não tem embasamento legal. “A pequena estrutura não irá atrapalhar em nada. A feira vai funcionar nas terças e sábados e, quando a população quiser organizar eventuais encontros, terá o local a sua disposição”, finalizou.
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