A Fifa anunciou nesta quinta-feira, 9, que o norte-americano Chuck Blazer, ex-membro do Comitê Executivo e ex-secretário-geral da Concacaf, foi banido pelo resto da vida de todas as atividades relacionadas ao futebol em razão do seu envolvimento no escândalo de corrupção da entidade. A punição entra em vigor nesta quarta e se baseia nas informações recolhidas pelo órgão de investigação do Comitê de Ética, em resposta ao relatório final do Comitê de Integridade da Concacaf e às acusações apresentadas pela Justiça dos Estados Unidos contra vários dirigentes da Fifa.
“Blazer cometeu muitos atos de má conduta de forma contínua e repetida durante seu mandato como dirigente em vários postos de alto nível na Fifa e na Concacaf”, afirma um comunicado da entidade. Blazer, ex-aliado do presidente da Fifa, Joseph Blatter, “desempenhou um papel chave” ao “propor, aceitar ou efetuar pagamentos ilegais, subornos ou comissões”, considerou a comissão de ética da Fifa, presidida pelo alemão Hans-Joachim Eckert. Em maio de 2013, o Comitê de Ética da Fifa decidiu suspender de forma provisória as investigações contra Blazer por causa dos problemas de saúde do ex-dirigente, que sofre de câncer. O inquérito tinha sido aberto após Blazer ter sido acusado, junto ao ex-presidente da Concacaf Jack Warner, de desviar pelo menos US$ 57 milhões durante o tempo em que estiveram no comando da entidade.
Na época, o ex-secretário-geral da Concacaf acabou suspenso por 90 dias. Posteriormente, em dezembro de 2014, Cornell Borbély assumiu a presidência da Câmara de Investigação do Comitê de Ética e decidiu reiniciar os procedimentos contra Blazer, que resultaram na punição definitiva comunicada nesta quinta-feira. Blazer é uma peça chave das denúncias de corrupção na Fifa averiguadas pelas autoridades americanas e suíças. As investigações provocaram a prisão de sete dirigentes da entidade, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, no dia 27 de maio. Na oportunidade, o comitê de ética na Fifa baniu provisoriamente o cartola.
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Em 2011, por sua grande fortuna, avaliada em US$ 22 milhões escondidas em empresas de fachada, e por possível evasão fiscal, Blazer foi alvo de uma investigação nos EUA e concordou colaborar com as autoridades para evitar ser preso. Sua confissão foi usada como base nas denúncias que o Departamento de Justiça americano apresentou contra diretores da Fifa e outras cinco pessoas vinculadas à entidade. Recentemente, parte da delação de Blazer foi revelada. Na confissão, ele afirmou que houve pagamento de propinas nas escolhas das sedes da Copa do Mundo de 1998, na França, e 2010, na África do Sul.
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