ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Filme “adulto”

Ver filme de “mulher pelada” era um sonho para quem foi piá nas décadas de 70 e 80, como eu, nascido em 1960. As revistas, contrabandeadas por amigos, principalmente Playboy, eram soluções impensáveis.

Existiam também  livros de bolso, recheados de cenas calientes. Páginas e páginas de “preliminares” alimentavam a imaginação, numa fábrica de fantasias picantes. Obras de Cassandra Rios também circulavam, mas eram bastante raras.

ads6 Advertising

Publicidade

Em Arroio do Meio – onde nasci e passei minha adolescência – eram cinco mil habitantes. Domingos à noite havia sessão dupla, onde eram exibidos filmes “impróprios para menores”.

Assim que os cartazes eram afixados no hall do cinema, começávamos a imaginar o roteiro, ricos em detalhes, nuances libidinosas. Imitávamos até a voz do galã.

ads7 Advertising

Publicidade

Ainda “de menor”, consegui assistir a alguns filmes, graças à amizade forjada com um arrendatário do Cine Real, o único da cidade. O acesso era digno de uma trama de suspense, pontilhado de perigos, manobras e sustos.

A subida ao mezanino só era autorizada quando se iniciava a exibição do Canal 100 – com os gols dos principais jogos de futebol do país – e as luzes fossem desligadas.

ads8 Advertising

Publicidade

Confesso que nem sempre compreendia o enredo, mas isso era secundário. Bom mesmo era encontrar a gurizada e me gabar de ter assistido ao filme, caprichar nos detalhes, exagerar bastante e sair com fama de adulto.

“Como é bom ser adulto”, pensávamos, inocentemente.

 

Publicidade

ads9 Advertising

© 2021 Gazeta