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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Filme ‘As Sufragistas’ é o cartaz desta terça do Amigos do Cinema

Há uma cena de ‘As Sufragistas’ em que o marido, Ben Whishaw, pergunta a Maud (Carey Mulligan) o que ela faria, se pudesse votar. Ela responde que iria exercer seus direitos, como ele. Mais tarde, quando tenta ver o filho, e lhe diz que o filho é dela, o marido responde que não – a lei lhe dá a guarda e o garoto é dele, para fazer o que quiser, até mesmo dá-lo em adoção. E, mais tarde, acossada pelo policial Steed (Brendan Gleason), o qual diz que ela tem de respeitar a lei, Maud retruca que, para isso, é preciso que as leis sejam respeitáveis, isto é, que a reconheçam como indivíduo, com seus direitos e não apenas deveres.

O filme será exibido hoje, a partir das 20 horas, no auditório do Sindicato dos Bancários (Sindibancários – Rua Sete de Setembro, 489), em mais uma sessão da Associação dos Amigos do Cinema, depois de uma assembleia geral ordinária (19 horas) para prestação de contas. É quase impossível não simpatizar com a causa das suffragettes, com o sofrimento de Maud, Violet e Emily Wilding Davison, que, no começo do século passado, deu a vida pela causa dos direitos das mulheres. 

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O filme é interessante, mas também tem seus problemas, pois, na verdade, são dois filmes em um. Há todo um lado, digamos, documentário. O filme reconstitui com precisão a lavanderia, a Londres dos pobres, os debates no Parlamento. Seria um docudrama nesse esforço de reconstituição, com muitas personagens reais, incluindo a suffragette-mór, que Meryl Streep interpreta (em poucos minutos, apenas) com um dos sotaques mais estranhos de sua carreira. E existe a ficção, a personagem de Carey, Maud.

O filme é bem interpretado, a história é interessante. Carey, Meryl, Sarah (a diretora), todas têm discursos contra a dominação masculina em Hollywood. O cinema também é personagem, mas fica essa sensação de falta de rigor. É bom ver As Sufragistas, mas não há como não pensar que poderia ser melhor.

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