Mesmo em meio à interminável pandemia do coronavírus, com uma série de restrições impostas no dia a dia das empresas e das pessoas, o tradicional Dia dos Namorados está movimentando vários segmentos do comércio. A data é o terceiro maior evento de apelo comercial, perdendo apenas para o Natal e o Dia das Mães. Milhões de pessoas aguardam o momento para presentear a quem amam, além de, fazendo jus a sua origem nada romântica, ser um ótimo evento para empresários alavancarem as vendas de produtos e serviços.
Em 1949, comerciantes paulistas criaram o Dia dos Namorados, no Brasil. Invocando o nome de Santo Antônio – o santo casamenteiro, celebrado em 12 de junho –, a data pretendia esquentar as vendas do mês de junho, tradicionalmente as mais fracas do ano.
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Nos relacionamentos, uma das áreas que, comprovadamente, provoca muitos problemas, atritos e até rompimentos é a financeira. A forma como as famílias de origem tratavam as questões financeiras, as primeiras experiências e as crenças relacionadas ao dinheiro tem uma influência muito grande nas finanças pessoais de cada um, que podem ter sido negativas ou positivas. É claro que os erros e acertos podem ter ensinado muita coisa, embora rateadas com dinheiro possam deixar marcas profundas, às vezes permanentes. O dinheiro não aceita desaforos.
É muito comum que, em uma relação afetiva, se discutam muitas coisas, como onde morar, se terão ou não filhos, a festa de casamento, a quem convidar, o que comprar, para onde viajar, etc. Mas, em geral, as questões financeiras ainda passam longe disso. Por várias razões, uma delas, certamente, por acreditar-se que o assunto não é nada romântico e o que importa, mesmo, é o amor que um sente pelo outro.
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Assim, passado o Dia dos Namorados, com todos aqueles momentos e demonstrações de carinho, é hora de romper um tabu que ainda persiste: falar sobre finanças. Talvez mais do que o presente em si, a forma como cada um decidiu comprar o presente pode ser um bom início de conversa: se planejou a compra, se obteve algum desconto, se procurou atender a algum desejo ou até necessidade do parceiro ou parceira. Deixar esse assunto para quando casarem ou apenas morarem juntos pode ser muito arriscado.
Alguns parceiros mentem, trapaceiam, gastam demais e fazem com que toda a confiança no relacionamento acabe. É a infidelidade financeira. Thiago Godoy, educador financeiro da XP Inc e especialista em psicologia do dinheiro, sugere algumas estratégias que ele usa com sua família: falar de finanças, fazendo reuniões familiares específicas para isso; transformar sonhos em metas; fazer e acompanhar um orçamento; juntar um fundo para imprevistos; definir o uso de contas bancárias conjuntas e separadas; evitar dívidas “ruins”.
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Muitas pessoas, além da vida pessoal, também dividem a profissional com seus parceiros, provando que, na prática, amor e negócios não só combinam como podem, sim, dar muito certo quando administrados em conjunto. Luzia Costa, por exemplo, administra com muito sucesso, com o seu marido, o Grupo Cetro, detentor das marcas Sobrancelhas, Beryllos e DepilShop. Ela separou quatro dicas:
- encontrar o equilíbrio entre o profissional e o pessoal: manter as questões de trabalho apenas no ambiente do trabalho, o que nem sempre é fácil e possível;
- aproveita as qualidades e experiências do parceiro: usar os pontos fortes de cada um, assumindo cada um funções específicas;
- ter os mesmo objetivos;
- esquecer as discussões pessoais, no ambiente empresarial.
Algumas decisões que tomamos ao longo da vida são fundamentais para a construção de nossa tranquilidade financeira. Poucas são tão importantes quanto a escolha que fazemos de nossos parceiros, especialmente as pessoas com as quais iremos dividir nossas vidas. A personalidade de cada um e os problemas de relacionamento podem aparecer somente na hora de lidar com o dinheiro. Parece uma questão menor e dificilmente é discutida antes de o casal dividir o mesmo teto, quem dirá levar em conta.
É verdade, casar ou morar junto por dinheiro nem sempre dá certo. Mas, só por amor sempre dá? O escritor Ken Fischer aconselha que “casar-se por dinheiro é uma maravilha, desde que se tenha a certeza de que é com alguém que você vai tratar bem e que vai tratá-lo bem, também. O dinheiro nunca vai substituir o amor. Mas, pode ser um adendo delicioso – como crosta de açúcar em bolo”.
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