ads1 ads2
GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Florença, o berço do Renascimento

ads3

ads4

Quando li pela primeira vez A divina comédia, trilogia que percorre Inferno, Purgatório e Paraíso, não entendi várias coisas nos versos escritos em italiano arcaico por Dante Alighieri, mas fiquei profundamente impressionado com o relato poético do autor a respeito de sua musa e eterna inspiração, Beatrice Portinari.

Na vida real, Dante só a viu poucas vezes, em encontros casuais, e possivelmente nunca tenha falado com ela. Mesmo assim, ele a chamava de “mulher gloriosa”, e via nesse amor platônico uma força do bem, que remove qualquer intenção maligna e fazia dele uma pessoa melhor. Desde aquela época pensei que, se um dia eu tivesse uma filha, gostaria que se chamasse Beatrice.

ads6 Advertising
Pelo mundo: Skopje, em busca de identidade

Publicidade

O escritor florentino reforça a tese de que o amor permanente só existe baseado na força divina, e sem essa sacralização tende a se tornar uma mera mistura de admiração, obsessão, desgosto, deslumbramento e desespero. Beatrice Portinari morreu cedo, aos 24 anos, mas seguiu sendo a eterna musa inspiradora deste que é o pai da língua italiana.

Em Florença, caminho com minha filha por uma viela estreita até a pequena igreja de Santa Margherita dei Cerchi, o local em que Beatrice Portinari rezava e onde foi sepultada, a poucos metros da casa de Dante. Dali seguimos de mãos dadas até a Basílica de Santa Cruz, onde, entre os túmulos de Galileu, Michelangelo, Rossini e Maquiavel, um belo monumento homenageia este que é o poeta maior da Itália. Na Divina comédia, Beatrice é elevada à condição de divindade, e a única descrição de seu rosto refere-se aos olhos de esmeralda. Sete séculos depois, olhos de esmeralda também podem descrever minha pequena Beatrice.

ads7 Advertising