Foi pensando em reverter a destruição causada pelas obras de duas importantes rodovias da região – as BRs 290 e a 471 – que o agrônomo José Antonio Lutzenberger criou um santuário. Há 32 anos, após ganhar um importante prêmio internacional por sua brava atuação na defesa do meio ambiente, o ecologista aplicou os recursos na compra de uma área de 30 hectares no interior de Rio Pardo, perto da divisa com Pantano Grande, para instalar lá o Rincão Gaia.
Oriundo de uma época na qual quem falava da natureza era visto com desconfiança, o porto-alegrense filho de imigrantes alemães transformou em lagos as feridas nas rochas, abertas para extração de pedras, e deixou fértil uma terra estéril, usando um de seus conceitos preferidos: “Como iremos resolver isto? Precisamos transformar um problema em uma oportunidade”. Foi repetindo esse mantra e deixando a vida agir que ele materializou seu legado de luta pela mãe natureza, visível e palpável em um ambiente plenamente recuperado.