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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

FOTOS: graxeira no interior de Sinimbu conta a história da riqueza do interior

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Imponência da graxeira chama atenção de quem circula por Linha Rio Grande

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Localizada a 12 quilômetros da área central de Sinimbu, Linha Rio Grande conecta os dias atuais ao fim do século 19. O conjunto arquitetônico, iniciado no ano de 1880, narra um dos capítulos mais ricos da história do desenvolvimento dos municípios de Santa Cruz do Sul e Sinimbu. A história preservada hoje é herança de família, que se orgulha do legado do patriarca, Germano Wink.

O arquiteto Ronaldo Wink é um dos 15 netos das quatro famílias que detêm os prédios. A área dele compreende um hotel construído pelo avô Germano, na década de 1950. “A viagem de quem vinha da região serrana, de Gramado Xavier e Herveiras, durava dois dias. Aí ele teve a ideia de fazer um hotel para quem vinha comprar e vender”, conta. Com dez quartos, o espaço foi adaptado para ser a casa de fim de semana da família.

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Da casa comercial e do depósito surgiu, na década de 1940, a residência da família, que também segue de pé. O último investimento foi o prédio do hotel e da fábrica de banha – o ouro branco da época. “A gente preserva porque isso é uma forma de valorizar os nossos antepassados. É a nossa contribuição para cuidar desse patrimônio”, diz o arquiteto.

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O patriarca Germano Wink, diante da casa comercial
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Banha, o ouro branco da colônia

Em uma época em que não existia óleo vegetal para cozinhar, quem tinha suínos – e, em consequência disso, banha – era rei. Empreendedor nato, Germano Wink criou uma graxeira, a indústria de extração da gordura animal – ou seja, a graxa. Em um processo totalmente artesanal, os porcos gordinhos tinham destino certo: a caldeira da graxeira.

Junto ao tacho de produzir banha, vários apetrechos utilizados na graxaria e na cozinha | Foto: Rafaelly Machado
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Essa indústria é um dos fragmentos da história da economia no interior dos municípios da região, exemplo de que o progresso também vinha da colônia. A atividade produtiva em alta na localidade de Linha Rio Grande foi decisiva para o desenvolvimento de Sinimbu e Herveiras. “Essas casas comerciais eram muito importantes para as comunidades. Faziam a ponte entre o produtor e os produtos”, explica Wink.


O pagamento nem sempre era em dinheiro. A permuta era moeda em Linha Rio Grande. “Era como um banco. Tinha uma conta corrente, onde era registrada a produção, que ficava como crédito.”

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As compras, inclusive da banha, eram registradas como débito. Então a matemática simples, do crédito menos o débito, mostrava no fim da safra quem tinha a pagar ou a receber. “Várias famílias importantes do Estado constituíram seus grandes negócios assim, a partir das vendas do interior.”

Os livros-caixa seguem lá, preservados nos prédios da família Wink, assim como uma série de outros utensílios da época, tais como uma tina para banho de assento e uma cadeirinha de comer para criança, equipada também com orifício para o peniquinho.

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Wink mostra as antiguidades guardadas nos antigos prédios, inclusive livros-caixa | Foto: Rafaelly Machado
Tina para banho de assento e cadeirinha infantil são alguns utensílios conservados | Foto: Rafaelly Machado

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