Depois de encarar os horrores da enchente, os atingidos pelo maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul começam a reunir forças e seguir em frente. É hora de se vestir de esperança e começar a limpeza das casas invadidas e reconstruir o que a fúria da água levou. Em Candelária, um dos municípios mais prejudicados pelas chuvas dessa semana, ainda há centenas de pessoas em abrigos e outras tantas isoladas. Contudo, a união da comunidade já vem fazendo a diferença.
O acesso ao Centro da cidade está impossível para veículos. Mas, desde a manhã desta sexta-feira, 3, é possível chegar e sair pela RSC-287, no sentido de Santa Cruz do Sul, a pé. Com boa parte da pista da RSC-287 desmanchada entre o trevo de acesso à Linha do Rio e as pontes sobre o Rio Pardo, além de uma das cabeceiras destruída, o jeito foi improvisar. E foi isso que moradores de Candelária, que preferiram não se identificar, fizeram.
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Ao verem alguns postes e pedaços de madeira, que foram arrastados de uma madeireira devastada pela correnteza, tiveram uma ideia. Com o cuidado de analisar minimamente as condições do asfalto que sobrou, uniram o material que foi arrastado pelo Rio Pardo, e construíram uma pequena ponte estreita. Com isso, pedestres conseguem passar de um lado para o outro. Na tarde desta sexta, dezenas de pessoas utilizaram a estrutura improvisada para buscar parentes que estavam isolados em localidades como Linha do Rio.
A ponte de madeira também possibilitou que mantimentos, como água, roupas e combustível, chegassem à cidade. Ainda, uma bebê recém-nascida em Santa Cruz pode ir para casa com a mãe. Também uma pessoa falecida em Santa Cruz foi levada para ser enterrada junto a outros entes em um cemitério de Candelária. Esse óbito não tem relação com a enchente.
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Candelária tem luz e água, mas ainda há problemas com as redes de telefonia e internet. A expectativa da comunidade é em relação à recuperação, ainda que emergencial, desses acessos, que são fundamentais para pessoas que estudam e trabalham em outros municípios, sem falar em questões de saúde, para as quais Santa Cruz ou até mesmo Porto Alegre são referência.
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