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Francisco Teloeken: “Carro zero quilômetro ou seminovo? Comprar ou alugar? Ou nem ter?”

Para muitas pessoas, talvez a maioria, a aquisição de um carro ainda é um dos principais sonhos de consumo, às vezes até antes da casa própria. Há alguns anos, uma rede de postos de combustíveis explorava essa suposta obsessão em comercial na televisão, identificando-se “apaixonada por carros como todo brasileiro”.

Ao pensar em comprar um carro, além de variáveis de ordem técnica não tem como ignorar a emoção envolvida. Se a escolha se basear em um critério errado, há sérios riscos de arrependimentos e até frustrações que podem custar caro. Por exemplo, tomar a decisão apenas pela paixão por determinado modelo ou apenas pelo preço podem ser critérios pouco seguros.

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Uma das primeiras dúvidas pode estar entre um carro zero quilômetro ou um seminovo ou usado há mais tempo. A realidade financeira pessoal deveria ser o principal parâmetro para adquirir um carro zero ou seminovo. Entretanto, muitas vezes o que vai diferenciar a preferência pelo carro zero em detrimento do seminovo é a experiência e a sensação de ser o primeiro motorista daquele carro, de ter um carro novo, com aquele cheiro característico. Aí, a pessoa pode dar um passo maior do que deveria ou poderia, comprometendo suas finanças…

Independente do valor envolvido, vale preocupar-se à desvalorização do carro zero quilômetro, nos primeiros dois ou três anos, comparada à do carro seminovo. No passado, falava-se em desvalorização de 20% ao sair da loja, principalmente porque os carros duravam menos. Hoje, a desvalorização ao sair da loja gira entre 10% e 15%. De qualquer maneira, a desvalorização é mais rápida nos três primeiros anos e depois fica mais lenta em termos proporcionais.

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Outra diferença entre os carros zero quilômetro e os seminovos é com relação ao financiamento. Sem considerar os consórcios que tem custos menores de administração do plano, embora a entrega do veículo em menor prazo dependa da sorte (sorteio nas reuniões do grupo) ou do oferecimento de lance, nos financiamentos o do carro zero quilômetro é mais fácil, além de carregar juros menores. Nos carros seminovos, os juros costumam ser um pouco mais altos, eventualmente até o dobro do zero quilômetro e a aprovação do financiamento também pode ser mais criteriosa.

Uma nova tendência que começa a ser observada no Brasil, já muito praticada nos mercados europeu e americano, é o aluguel de carro ou carro por assinatura. Programas de assinatura, principalmente pelos serviços de streaming de vídeos, já são muito conhecidos. Agora, parece que está chegando a vez do segmento de carros. Boa parte das apostas do setor automobilístico nesse modelo de negócios encontra maior demanda entre os mais jovens que mostram um crescente desinteresse pelo “sonho do carro próprio”.

Conhecido como carsharing, modalidade em que o carro é alugado por curto período, por um mês, um ano ou mais em vez de ser comprado de forma definitiva. Para usar um carro por assinatura, o motorista deve analisar as suas necessidades, escolher o modelo e entrar em contato com a locadora. Antes, é interessante comparar os valores em diferentes empresas e analisar os pormenores do contrato, que podem variar.

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Enquanto na compra de um carro, independente do preço, o usuário precisa prever os custos adicionais compulsórios como o combustível, IPVA, seguro total, estacionamento, pedágio, manutenção preventiva e corretiva, eventuais multas, o serviço de carro por assinatura permite que o condutor pague um valor único pelo pacote e já tenha todos os custos de documentação, manutenção, seguro e revisões obrigatórias incluídas. As despesas com combustível, multas, estacionamento, pedágios ficam por conta do locatário.

Um dos grandes entraves para esse tipo de negócio deslanchar no Brasil é que existe a questão do veículo como status, como uma forma clara ou aparente de ascensão social e que, ao final do contrato, o carro não é do locatário. Acontece que as pessoas não levam em consideração que o financiamento exige um alto valor de entrada, com juros, e a depreciação do carro.

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Ter um carro na garagem, disponível, para usar quando quiser ou precisar é prático, conveniente, confortável. Mas, se a pessoa usa pouco, será que vale a pena ter e manter esse carro uma vez que ele desvaloriza com o tempo? Levando, ainda, em conta os gastos pertinentes de um carro, do ponto de vista financeiro, parece que não. Por opção, muita gente já se desfez do carro. No dia a dia, valem-se dos aplicativos para deslocamentos. Quando querem viajar, simplesmente alugam um carro.   

Por fim, a recomendação é saber quanto de verdade custa manter um carro, seja zero quilômetro, seminovo, comprado ou alugado? Que fatia da renda pessoal ou familiar ele consome? Mas, antes de decidir desfazer-se do carro, é preciso considerar outras variáveis, além das finanças. A necessidade pessoal, o ritmo de vida, a maior liberdade, o prazer de ter e dirigi r um carro deve entrar na avaliação.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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