Francisco Teloeken

Francisco Teloeken: “Dezembrite, a síndrome de fim de ano!”

No último mês do ano, as pessoas estão cheias de coisas por fazer: programar as festas do Natal e do Ano Novo; comprar presentes; encarar lojas, shoppings, supermercados, calçadas e ruas lotadas; organizar e participar de festinhas de confraternização; finalizar as pendências no trabalho; fazer planejamento para o ano que vem; enfim, aquela correria de fim de ano. Com pouco tempo para dar conta de tudo isso, o estresse, a ansiedade e a irritabilidade se manifestam e podem comprometer a saúde, tanto física quanto mental.

A pressão para terminar tudo até o fim do ano pode piorar as doenças crônicas, como problemas no coração, cérebro e estômago, e insônia. A ideia de que o fim do ano deve ser o encerramento de um ciclo para o início de outro, e a sensação de ter pendências e resoluções não realizadas podem minar a moral, levando a sentimentos depressivos, angústia e tristeza.

Nesta época, muitas pessoas passam por essas dificuldades e desafios que o fenômeno ganhou o nome de “dezembrite”ou “Síndrome de Fim do Ano”. De acordo com a psiquiatra Cíntia Braga, trata-se de um conjunto de sentimentos que muitas pessoas apresentam no fim do ano, como tristeza, ansiedade e sensação de sobrecarga emocional. Apesar do conceito não existir oficialmente na psicologia e psiquiatria, as mudanças emocionais que acontecem neste período são bastante comuns e não devem ser ignoradas.

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Além da exaustão acumulada ao longo do ano, excesso de tarefas, sentimento de fracasso por não ter alcançado objetivos, saudade de pessoas que se foram, existe a questão financeira que chega ao auge no mês de dezembro. Por isso, é recomendável organizar uma relação por escrito de atividades e compromissos para cada dia deste último mês do ano e dar atenção especial a quatro grupos principais:

  1. os jantares de família e com amigos: planejar e organizar a lista de participantes, comidas, bebidas, local etc e, principalmente, as finanças; facilmente esses eventos podem comprometer o bolso; se for o caso, não ter vergonha de pedir que parentes e amigos integrantes da festa, tragam algum prato e bebida ou participem do rateio dos custos;
  2. os presentes de Natal: a quem presentear, qual o valor-limite de cada presente, pesquisar preços e evitar compras por impulso. Em vez de cada um comprar presentes para todos – esposa, filhos, pais, sogros, tios, sobrinhos etc o que pode sobrecarregar financeiramente apenas o provedor da família, a sugestão é criar o amigo secreto, estabelecendo um valor do presente. Assim, na noite de Natal, após a ceia, com a família reunida, feliz, num ambiente gostoso de confraternização, realiza-se a revelação dos amigos secretos;
  3. as despesas de férias: mesmo para quem fica em casa, o período de férias sempre leva a gastar além do habitual, nem que seja com alguns chopes ou sorvetes a mais; já quem pretende viajar e ainda não se organizou para tal, terá mais dificuldades, embora na pesquisa, em sites especializados, de preços de hotéis, transporte etc seja possível achar alguma oferta de última hora, principalmente em locais menos badalados;
  4. dívidas acumuladas: segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CN), em outubro, os brasileiros ficaram mais endividados, atingindo 79,5%, maior patamar da série histórica, iniciada em 2010. Muitas famílias (30,5%) estão inadimplentes, com dívidas vencidas, e 13,2% afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas.

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Reunir familiares e amigos em volta de mesas fartas de comidas e bebidas variadas são o cenário das festas de fim de ano. Mas, mesmo nesses momentos, é preciso ter alguns cuidados para não comprometer dietas e exercícios físicos realizados durante o ano. Ou evitar a simples indisposição no dia seguinte.

A nutricionista Regina Stikan Carrijo, coordenadora de Nutrição do Hospital Santa Catarina, de São Paulo, listou recomendações para aproveitar as festas sem comprometer a saúde:

  1. moderação no consumo de comidas e bebidas;
  2. escolher pratos balanceados;
  3. ficar longe de alimentos gordurosos, muito condimentados ou com açúcares;
  4. manter a realização de atividades físicas, também nessa época, que auxiliam na queima de excessos.

Outro item que merece especial atenção, principalmente neste tempo de muitas despesas, é o cartão de crédito, segmento que carrega o maior percentual de dívidas dos brasileiros. É muito comum usuários – e especialistas também – atribuírem ao cartão de crédito a maior responsabilidade pelo endividamento e até pela inadimplência de consumidores.

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No entanto, mesmo estimulado pelas facilidades de pagamento e promoções, a decisão de comprar com o cartão de crédito é do consumidor e, portanto, ele é responsável por eventuais problemas. Uma das grandes tentações é a possibilidade de pagar as compras em parcelas mensais, mas que, somadas a outras prestações, podem atingir um valor que extrapola a capacidade de pagamento do consumidor. 

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Por fim, lembrar-se de que o Natal, motivo de compras e gastos, também pode ser de poupar para o futuro. Quando se fala do 13º salário, e de outras rendas extras, não se pode desperdiçar a oportunidade de guardar pelo menos uma parte desse dinheiro. A recomendação é que sempre se poupe dinheiro, ao longo do ano, iniciando com a formação de uma reserva para imprevistos. Por mais cuidadoso que alguém seja, sempre aparecem gastos inesperados e quem não tem uma reserva precisa recorrer a cheques especiais ou outros empréstimos, comprometendo o orçamento pessoal ou familiar. Por isso, é importante ser gentil, mesmo quando impor limites.

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Karoline Rosa

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Karoline Rosa

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