Há poucos dias, o calendário de eventos marcou o Dia das Crianças. Além dos negócios que movimentam esse dia especial, mostrando um pouco do consumismo que permeia nossa sociedade, a data sugere que se façam outras considerações. É que crianças e dinheiro é uma combinação cada vez mais precoce e, como mães e pais, as pessoas têm inúmeras preocupações com o futuro de seus filhos. Um belo dia, sem que os pais ou responsáveis tivessem se preocupado com isso, a criança que mal consegue articular algumas palavras ou frases, mas que é curiosa por natureza e presta atenção em conversas e situações, entende que existe dinheiro ou alguma ferramenta, sabe quem os tem e que com eles é possível comprar coisas coloridas, divertidas e gostosas. É o momento, então, de acordo com a maturidade da criança, de começar a educação financeira.
Uma das maneiras de introduzir a criança no mundo do dinheiro ou das ferramentas que o representam – cartões, celulares etc – é através da mesada. Trata-se de uma quantia em espécie, em cartão ou por Pix, que os pais ou responsáveis dão por mês, quinzena, semana ou até diariamente, dependendo de cada situação, a seus filhos ou enteados. A função principal da mesada é ensinar à criança ou ao jovem a preparar e cumprir um orçamento. Isto é, a mesada existe para treinar o hábito financeiro de fazer dinheiro, gastar e poupar desde pequeno. Somente entregar o dinheiro para o filho ou enteado, dizendo que é mesada, ainda não é educá-lo financeiramente. Parece mais uma forma de livrar-se da chateação de ter que alcançar algum dinheiro a toda hora.
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Recomenda-se adotar a semanada para crianças de 6 a 10 anos, e a mesada para crianças a partir de 11 anos, podendo variar ligeiramente de acordo com a maturidade de cada uma.
Deve ser um valor que reflita realidade da família e dos filhos, mas não alto demais para não estimular um consumismo, nem baixo o suficiente para provocar frustração e incapacidade de gestão. Para crianças de 6 a 10 anos, a semanada pode ser de ser de R$ 1,00 multiplicado pela idade por semana para efetuar pequenas compras, como um doce. Já na mesada, adotada para crianças a partir de 11 anos, o valor deve ser negociado e definido entre pais ou responsáveis e as crianças, para atender a despesas de ônibus, lanche e compra de jogos, entre outros gastos.
É importante saber que, ao decidir pela mesada, os pais ou responsáveis precisam orientar e acompanhar a criança e adolescente em relação ao uso do dinheiro. Faz parte dessa orientação a recomendação para que a criança e adolescente poupem uma parte da mesada para realizar algum sonho maior e, também, doem para alguma finalidade social.
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Ao dar mesada aos filhos ou enteados, muitos pais ou responsáveis tem cometido alguns erros que podem fazer com que o efeito seja o contrário do que se está pretendendo. Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), cita alguns:
Muitos pais ou responsáveis pensam que ao falar sobre dinheiro com os filhos poderiam estar sobrevalorizando o dinheiro. É evidente que a prioridade de nossa vida não pode ser o dinheiro. Entretanto, se não lhe dermos a atenção suficiente, cedo ou tarde, nossas confusões financeiras vão roubar nossa energia e tempo que deveriam ser usados para ir atrás de objetivos mais importantes que o dinheiro. Como alguém já disse, “o dinheiro não aceita desaforo”. E uma boa educação começa em casa, inclusive quando o assunto é finanças.
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