Uma ação promovida no Palacinho da Praça da Bandeira, proposta pelo vereador Jeferson Redondo (Republicanos), buscou incentivar a conscientização e a divulgação do Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado neste sábado, 27. O ato, realizado na manhã dessa sexta-feira, 26, contou com a presença de secretários municipais, vereadores, pessoas transplantadas e seus familiares. A atividade foi marcada por emoção e discursos em defesa da doação, capaz de salvar até oito vidas.
Rafaela Santana, 36 anos, foi a primeira a falar. Ela recebeu um rim da prima após ser diagnosticada com doença renal crônica. Muito emocionada, relatou sua trajetória e destacou a importância da iniciativa da Prefeitura.
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“Este momento ficará marcado. Ver que Santa Cruz apoia a doação de órgãos e tecidos”, ressaltou. Rafaela reforçou ainda a necessidade de que os potenciais doadores avisem seus familiares sobre a decisão de doar, para que mais pessoas tenham a oportunidade de continuar vivendo.
Outro depoimento foi o de Laionel Ribeiro, 39 anos. Ele passou dois anos e meio na fila de espera até ser transplantado, em agosto do ano passado. Ao público, contou sobre sua rotina de cirurgias, exames e tratamentos até receber um rim. E desabafou sobre a dificuldade em conseguir emprego após o procedimento. “Ninguém quer me contratar”, lamentou.
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O prefeito Sérgio Moraes destacou a importância da visibilidade do tema, especialmente com o apoio da imprensa, e deixou uma mensagem de incentivo aos pacientes. “Já enfrentei uma doença e sei como a família sofre junto. Por isso, admiro a força de quem encara essas batalhas com coragem”, afirmou. O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Rabuske, lembrou que a pasta oferece transporte para pacientes e que a farmácia do Estado, instalada na Secretaria, disponibiliza medicamentos aos transplantados.
Entre os vereadores que estavam no evento, Raul Fritsch (Republicanos) disse que o testemunho de Rafaela “fala por si e movimenta todos para esse caminho importante da doação de órgãos”. Já Edson Sortica (PL) reforçou que a doação não representa o término de uma vida, mas o recomeço para muitas pessoas que esperam por um órgão.
A luta de Rafaela começou em 2016, quando passou mal na faculdade e, após exames, descobriu que sua creatinina estava muito acima do normal. Diagnosticada com doença renal crônica em estágio final, enfrentou cinco anos na fila por um transplante, período em que passou por 19 cirurgias, além de internações e infecções.
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O tão esperado transplante veio em 2021, quando recebeu um rim da prima. Para ela, ser receptora de um doador vivo representa uma responsabilidade ainda maior. “Até hoje, meu coração acelera quando lembro desse momento. Foi a maior prova de amor que já recebi na minha vida”, contou.
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Segundo Rafaela, o transplante lhe deu uma nova vida, com liberdade para viajar e sonhar, sem depender de sessões de hemodiálise. “Eu ganhei tempo, liberdade e a esperança de uma nova história.” Diante da carência de informações sobre a temática em Santa Cruz, ela passou a promover movimentos de conscientização.
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Durante as enchentes, organizou uma campanha individual para arrecadar medicamentos de alto custo destinados a pacientes transplantados, mobilizando Santa Cruz e outras cidades. Pontos de coleta foram criados em Brasília e Florianópolis, movimento que teve apoio de voluntários e militares da Força Aérea Brasileira. A iniciativa, segundo ela, foi totalmente solidária e sem fins lucrativos.
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Atualmente, Rafaela representa o movimento Doe Órgãos, Doe Vida em Santa Cruz, onde compartilha sua história e oferece apoio a pacientes que aguardam na fila. Por entender que ainda existem tabus, acredita na importância de divulgar exemplos positivos. “A dor da espera é real e muitas pessoas não conseguem resistir”, afirma.
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Para o futuro, Rafaela sonha com um mundo sem filas de transplante, com leis mais humanizadas, tratamentos mais acessíveis e segurança para não perder o órgão recebido. “Doar é dar continuidade à vida”, conclui.
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