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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Governo reconhece problema de qualidade na carne exportada aos EUA, diz Maggi

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta sexta-feira, 23, que o governo reconhece o problema de qualidade na carne brasileira exportada aos EUA. Segundo ele, o aparecimento de abscessos na carne bovina in natura, que levou os americanos a anunciarem na quinta-feira, 22, o embargo ao produto brasileiro, é proveniente da vacinação contra febre aftosa.

“O Brasil tem o status de livre de febre aftosa com vacinação”, disse Maggi, em entrevista em Cuiabá (MT). De acordo com o ministro, o Brasil talvez seja o único país nesta situação, de ser livre da aftosa e ainda vacinar o gado. “O mercado é novo para nós e também para eles. Acabamos tendo este problema”, disse.

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Ele acrescentou que o ministério já vinha trabalhando na mudança da instrução sobre como o fiscal deve atuar dentro dos frigoríficos. “Já vínhamos conversando com os EUA há mais ou menos um mês. Quero crer que a gente consiga resolver isso com rapidez.”

De acordo com o ministro, o ministério tinha uma reunião marcada para o dia 3 de julho nos EUA, para discutir com o Departamento de Agricultura a situação. “Queremos antecipar para a semana que vem, para resolver esse assunto”, disse. 

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De acordo com Maggi, faz parte da regra do jogo a proibição de importação de carne nesses casos, mas o Brasil “pode perder muito se isso não for resolvido”. Ele afirmou ainda que, além do problema sanitário, existe uma pressão de produtores americanos para criar uma barreira à carne brasileira. “Somos grandes concorrentes mundiais e estamos vendendo carne para eles”, disse o ministro. “O mercado brasileiro também está aberto aos EUA, mas eles não conseguem vender aqui, porque têm produtos mais caros que os nossos.”

O ministro afirmou ainda que, caso a situação não seja revertida com rapidez, as cargas já embarcadas rumo aos EUA voltarão ao País. “É um prejuízo muito grande para as empresas. Temos 10 mil ou 15 mil toneladas de carne navegando rumo aos EUA. O prejuízo é de em torno de US$ 6 mil por tonelada.”

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“O Brasil, depois da Carne Fraca, está sendo punido. Foi gerada uma desconfiança muito grande sobre seus produtos”, lamentou o ministro. “Se nós mesmos aqui ficamos desconfiados, imagine um importador.”

O ministro afirmou ainda que o Brasil age da mesma maneira em relação a produtos estrangeiros. Segundo ele, qualquer “diferença” em relação a produtos alimentícios, a entrada de itens estrangeiros é trancada. “Há poucos dias, trancamos toda entrada de peixes que vêm da China. Isso porque, nas fiscalizações que fizemos, achamos inconformidades”, disse. “Eles não conseguiram explicar pra gente o que estava acontecendo. Essa atitude de não deixar o produto entrar é absolutamente normal dentro do comércio de alimentos, principalmente de produtos animais”, completou. 

Na quinta-feira, 22, o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, anunciou a suspensão de todas as importações de carne bovina in natura do Brasil, em função das preocupações quanto à segurança do produto.

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