Aos 56 anos, Edison Alves Machado quer pedir perdão. A iniciativa de fazer o pedido surge após um longo período de envolvimento com as drogas. Durante uma década e meia o porto-alegrense, depois de se separar da ex-esposa, morou na rua, precisamente na Praça Garibaldi, em Porto Alegre. Ele não sabe afirmar com certeza, mas pelos seus cálculos, não vê os filhos Tamara Elisete e Egson dos Santos Machado há 17 anos. Sabe, entretanto, que a família reside em Santa Cruz do Sul.
O terceiro filho, Jorge, ele tem conhecimento de que está morto. E foi quando recebeu essa notícia que decidiu ir em busca do reencontro. Edison foi casado com Tania Elisete dos Santos. À época, trabalhava na Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT) como examinador de linha. Em decorrência do vício – drogas e álcool –, ele se afastou cada vez mais dos filhos, até chegar ao ponto em que perdeu todas as notícias sobre o paradeiro da família. “A última vez que vi a minha filha, ela tinha 19 anos. Acho que hoje ela já deve ter entre 35 e 36. Também sei que já sou vovô”, lembra.
Machado reside hoje com uma nova companheira na Capital, a quem deve boa parte de sua recuperação. Segundo ele, faz seis anos que não utiliza nenhum entorpecente. “Foi ela quem me tirou da rua e deu um voto de confiança para mim. Não fosse essa mulher, ainda estaria vivendo como um mendigo. Ela é o meu alicerce”, comenta. Depois de todos os percalços, ele diz que vai entender caso os filhos não desejarem sua presença. O seu único pedido é que um reencontro possa acontecer novamente. “Eu só quero olhar nos olhos deles e pedir perdão por tê-los abandonado. Hoje sou outra pessoa”, comenta emocionado.
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Machado: aos 56 anos, porto-alegrense procura os familiares
Rotina árdua
Apesar de colher os frutos de sua recuperação, Edison Alves Machado ainda enfrenta uma rotina árdua. Após a companheira Tânia Maria Machado sofrer um acidente vascular cerebral, ele intercala o dia a dia entre a casa e o hospital. “Está sendo muito difícil, pois eu não consigo ingressar em um trabalho fixo, já que preciso cuidar da minha mulher. Hoje vivemos do Bolsa Família e de uma pensão”, comenta. Devido à enfermidade da mulher, que também é diabética, Edison não consegue vir a Santa Cruz. Afirma, porém, que assim que a situação acalmar, ele dará um jeito de procurar os filhos.
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Em decorrência da drogadição, Machado também não lembra muito bem das datas. A única informação que tem é que a ex-mulher residia na Rua do Moinho. Se houver interesse por parte de Tamara e Egson de procurar o pai, o telefone para contato é (51) 8507 1901 ou 8588 0140. “Espero que em breve tudo se ajeite e eu possa ir atrás dos meus filhos. Quero dar um beijo no meu neto e abraçar a minha família”, finaliza.
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