Regional

IBGE começa teste para pesquisa sobre impactos da enchente de 2024 na próxima semana

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou na manhã desta quinta-feira, 26, na sede do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), em Santa Cruz do Sul, a apresentação do teste final para a Pesquisa sobre os Impactos da Enchente de 2024 no Rio Grande do Sul. Essa etapa se iniciará na próxima segunda-feira, 30, como parte da preparação para a coleta definitiva, prevista para ocorrer a partir da segunda quinzena de setembro.

A pesquisa será feita por telefone, com ligações através do número (21) 2142-0123 de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 19 horas. Os entrevistados serão escolhidos a partir de uma amostra aleatória da população, mesmo que não tenham sido diretamente afetados pela enchente. Os dados serão preservados. Segundo a coordenadora de coleta do IBGE, Andrea Salvador, quase metade dos domicílios a serem contatados está em Santa Cruz do Sul.

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“É super importante a participação, porque a gente vai entender se o questionário está realmente adequado, se a gente vai conseguir ter essa resposta da população para fazer a grande pesquisa que vai acontecer em setembro”, destaca Andrea.

Durante o seminário desta quinta, representantes do IBGE apresentaram o método de coleta, os temas que serão abordados no questionário e a revisão bibliográfica, que serviu de base para o desenvolvimento da pesquisa. Proposta como uma das ações do Singed-Lab, a pesquisa terá uma abordagem inédita para o instituto ao ser a primeira a medir impactos sociais e econômicos de desastres naturais. A base da metodologia ainda poderá ser reutilizada em estudos futuros.

Segundo o diretor-adjunto da diretoria de pesquisa do IBGE, Vladimir Miranda, a pesquisa já vinha sendo elaborada há cerca de um ano, com a criação de um grupo de trabalho dentro do instituto. Ele explica que a escolha de Santa Cruz como sede para o seminário ocorreu a partir de uma articulação com a superintendência estadual. “O município está em uma das regiões mais afetadas, então a gente procurou fazer aqui porque tem esse simbolismo. Também tem uma articulação local, com o consórcio de municípios, que a gente pretende utilizar para informar que o teste vai ser feito e ter o melhor alcance e aceitação”, frisa.

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Apresentação ocorreu na manhã desta quinta-feira, na sede do Cisvale | Foto: John Kaercher Machado

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Objetivo é entender impactos aos domicílios e à população

Para a pesquisa, foi elaborado um questionário com perguntas relativas aos impactos da enchente na qualidade de vida da população. Dessa forma, serão abordadas questões como transtornos causados diretamente ao domicílio – se ficou alagado, ilhado ou sem água ou energia elétrica. Problemas em ruas vizinhas e dos bairros também estão entre os temas.

Ainda, serão questionados os impactos diretos às pessoas, como a necessidade de resgate ou atendimento médico, problemas de saúde mental e física, perda de documentos e questões relativas a trabalho e educação. Por fim, será feita uma comparação entre como era a vida antes e depois das enchentes para essas pessoas, vendo o que ainda é sentido um ano depois do desastre natural.

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“Tem pessoas, por exemplo, que tiveram que sair de suas casas e ainda não conseguiram retornar, por exemplo. Além disso, a população também será ouvida no sentido de como ela percebe os movimentos de reparação e prevenção de novas enchentes”, destaca o supervisor de coleta Thiago França.

Próximas etapas

Vladimir Miranda explica que o teste final, que se inicia na próxima segunda-feira, deverá ter duração aproximada de dez dias. Já a pesquisa definitiva começará em setembro e seguirá até dezembro. Os resultados estão previstos para serem apresentados em março de 2026, com ampla divulgação à sociedade. “Os dados devem ficar disponíveis de forma agregada, para que possam ser utilizados para os formuladores de políticas públicas analisarem isso e terem mais embasamento para a construção”, comenta.

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Importância para a região

O presidente do Cisvale e prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, comemorou o fato do lançamento da pesquisa ter sido realizado na sede do consórcio. “Mais uma vez, o Cisvale é protagonista nesse sentido. Certamente, em virtude dos trabalhos realizados já durante as enchentes, também logo após com a instituição do Comitê Pró-Clima”, frisa.

Além disso, Becker reforçou a importância da atualização dos dados como embasamento para a elaboração de projetos e a definição de políticas públicas. Para ele, a pesquisa ajudará a delinear os caminhos a serem seguidos pelos gestores públicos e os investimentos a serem realizados. “São dados de um instituto oficial, a nível nacional, que certamente serão muito importantes para o embasamento de várias ações”, conclui.

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Colaborou John Kaercher Machado

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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