O governo do Irã fechou uma publicação semanal que criticava as negociações nucleares realizadas pelo país, de acordo com a agência oficial ISNA. A grande meta das conversas é restringir a capacidade nuclear do Irã, de modo que o país não possa fabricar uma bomba atômica, em troca do fim das sanções econômicas. A publicação “Noh-e Day”, comandada por Hamid Rassai, membro linha-dura do parlamento, criticou repetidamente as ações do presidente Hassan Rowani por considerar que ele “fez muitas concessões” durante as negociações nucleares.
“A vigilância de imprensa do Irã baniu o semanário Noh-e Day por publicar artigos que contrariam a política nuclear do país”, informou a ISNA. A agência disse ainda que a Noh-e Day é acusada de ofender o Aiatolá Khomeini, líder da revolução islâmica de 1979. “A cada passo que o ministro das Relações Estrangeiras Javad Zarif dá enquanto caminha, destrói cem quilos de urânio enriquecido”, publicou a “Noh-e Day” em janeiro, numa ironia com a caminhada que Zarif fez ao lado de John Kerry, secretário de Estado do Estados Unidos, durante as negociações sobre o Irã eram realizadas em Genebra.
Esse passeio despertou queixas entre os conservadores iranianos, que seguem profundamente desconfiados com os movimentos de Rowani para se reaproximar do Ocidente. O ministro Zarif foi convocado por políticos conservadores para dar explicações.
Os Estados Unidos e seus aliados europeus suspeitam há anos que o Irã acoberta tentativas de desenvolver armas nucleares. Porém, Teerã insiste que seu programa de pesquisa tem fins puramente energéticos e científicos.
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Negociadores falharam em cumprir um prazo combinado em novembro para chegar a um acordo final visto como crucial para reduzir o risco de um confito amplo no Oriente Médio. O novo prazo acordado foi 30 de junho. Pelo acordo preliminar, acertado em novembro de 2013 entre Reino Unido, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos, o Irã suspendeu parte de suas atividades nucleares e tomou outras medidas em troca do alívio das sanções econômicas.
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