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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Irrelevância onipresente

 No final de semana, li um texto sobre a irrelevância da maioria dos temas suscitados nas redes sociais. No começo achei um exagero. Depois, ao passar os olhos pelo Facebook e Twitter, fui obrigado a concordar com o autor do artigo, o professor e o sociólogo Fernando Schüler, publicado na Folha de S. Paulo.

Jamais gozamos de tamanha liberdade para abordar qualquer assunto de maneira pública. Qualquer pessoa, sob qualquer pretexto, pode escrever, fazer um áudio ou vídeo para falar do que bem entender. Inúmeras biografias são destruídas todos os dias, mas os ofendidos devem recorrer à justiça para repor a verdade. Para mentir é grátis, mas para limpar o nome é preciso dinheiro para contratar um advogado e esperar anos pelo reparo público.

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Outro fenômeno envolve a incompetência de as pessoas trocarem argumentos ao defenderem pontos de vista diferentes. Quem lê a maioria dos comentários vislumbra dois grandes grupos. O primeiro é composto de amigos e simpatizantes do autor, o que faz proliferar elogios e loas em favor de tudo que é postado. Tudo é apoiado sem restrições.

O segundo contingente inclui desafetos de todo tipo que não poupam ofensas, agressões e mentiras para desqualificar o autor do comentário. O moderno e inédito sistema que permite conversar com gente de todos os lugares deste mundão se restringe ao elogio sem limites ou ofensas grotescas.

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Conviver com os que pensam de maneira diferente é o cerne da democracia. Divergir é próprio do debate, que nada tem a ver com briga e ofensas. A convergência é fundamental, assim como o contraditório, o alicerce do conhecimento. Respeito, responsabilidade e tolerância são artigos fora de moda em nosso País, o que explica tanta bestialidade que agride quem tem um mínimo de bom-senso e educação.

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