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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Israel: Kibutzim deram origem a grandes empresas

As fazendas coletivas em Israel – os kibutzim – tiveram um papel fundamental na colonização do Estado judeu a partir de 1948. Mas ao longo do tempo mudaram radicalmente. De áreas isoladas em forma de associações socialistas encarregadas de produzir alimentos para abastecer centros urbanos, hoje a maioria funciona como organização empresarial, geralmente à beira das principais rodovias. Um exemplo disso é a Netafim, que tem centro de treinamento em Magal, a cerca de 60 quilômetros de Tel Aviv, e recebeu ontem a visita da comitiva do Vale do Rio Pardo.
Dentro dos kibutzim, muitas empresas desenvolveram sistemas que revolucionaram a agricultura. É por isso que hoje essas áreas se tornaram locais onde funcionam diversos empreendimentos. Poucas ainda trabalham no sistema socialista, e as regiões onde estão localizadas não lembra em nada a vida rural. Ao se chegar em Magal, logo na entrada, há um conjunto de casas modernas, consequência do aumento no poder econômico dos proprietários depois que os kibutzim passaram a ser lucrativos.

Israel, berço da irrigação por gotejamento

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História rara

A Netafim é um caso raro de empresa que aproxima o passado agrícola de Israel, de baixa tecnologia, ao atual, de rápido crescimento da tecnologia limpa. Ela é a maior fornecedora de sistemas de irrigação por gotejamento do mundo. Foi criada em 1965 por Sim-cha Blass. Nascido na Polônia, Blass participou das unidades de autodefesa judaicas organizadas em Varsóvia durante a Primeira Guerra Mundial. Pouco depois de chegar à Palestina, na década de 1930, tornou-se engenheiro-chefe da Mekorot, a empresa nacional de abastecimento de água, e planejou o aqueduto e o canal que levariam água do Rio Jordão e do Mar da Galileia para o deserto de Negev, no sul do País.
A ideia para a irrigação por gotejamento surgiu inspirada no crescimento de uma grande árvore no quintal de um vizinho, aparentemente sem água. Blass descobriu que ela era abastecida por um lento vazamento em um encanamento subterrâneo. Quando começou a produção dos plásticos modernos na década de 1950, ele percebeu que a irrigação por gotejamento era tecnicamente viável. Dessa forma, patenteou sua invenção e fechou um acordo com um assentamento cooperativo localizado no coração do Deserto de Negev, o Hatzerim.
A Netafim não foi pioneira apenas no desenvolvimento de um sistema inovador de aumento da produção em até 50% com o uso de 40% menos de água, mas também por ser uma das primeiras indústrias sediadas em um kibutz.

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Uma das 30 faculdades da área da agricultura mais importantes do mundo em termos de impacto das suas pesquisas oferece programas para alunos do Brasil e de qualquer outra parte do mundo. Fundada em 1942, com 21 alunos, a Faculdade de Agricultura da Universidade Hebraica, hoje denominada de The Robert H. Smith Faculty of Agricultury, Food and Environment, tem uma divisão de estudos internacionais, com aulas em inglês para os estrangeiros. Durante a visita da comitiva que integra a missão em Israel, na manhã de ontem, o pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Ângelo Hoff, expôs o interesse da instituição pelo intercâmbio.
Professor do Departamento de Patologia e Microbiologia, Saul Burdman ressaltou que a universidade israelense tem interesse em absorver estudantes brasileiros. A forma mais viável seria através de financiamento do governo brasileiro por meio de bolsa de estudos.
Atualmente, a faculdade tem em seu campus, localizado em Rehovolt, a 20 minutos de carro ao sul de Tel Aviv com tráfego normal, 85 pesquisadores e professores e 200 professores adjuntos. Entre os 2,4 mil alunos, 1,5 mil são de primeiro título, 400 de mestrado, 250 de doutorado e 200 de Medicina Veterinária. A estrutura se divide em quatro centros: ciências vegetais, instituto de bioquímica e ciências de alimentação, ciências ambientais e as ciências animais e veterinária.
A faculdade recebeu diversos prêmios ao longo da sua trajetória. Uma das principais inovações na área da agricultura é o modelo de solarização do solo, método que utiliza a energia solar para a desinfecção da terra, cobrindo-a com polietileno transparente (plástico) para matar patógenos, sem a aplicação de agroquímicos. Aliás, a pesquisa em busca de meios para diminuir o uso de agrotóxicos e o melhor aproveitamento da água estão entre os principais focos da instituição.

Uma lavoura de morangos entre os edifícios

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