Procissão do Corpo de Cristo é uma tradição da Igreja Católica. Esta imagem é de 1927, na Rua Marechal Floriano | Foto :Guilherme Kuhn/Arquivo Luiz Kuhn
Na próxima quinta-feira, 19, a Igreja Católica realiza uma das suas principais celebrações, a festa de Corpus Christi (Corpo de Cristo). Instituída em 1264, ela reúne milhares de fiéis que, em procissões, manifestam publicamente sua fé na presença de Cristo na hóstia.
Neste dia, o ostensório que guarda a hóstia sagrada é retirado do tabernáculo e levado pelas ruas, que são ornamentadas com tapetes feitos com flores, serragem colorida e tampinhas envoltas em papel alumínio. Em muitos lugares, eles são produzidos com cobertores que depois são doados aos necessitados.
No século anterior, ao menos até a década de 1950, as comemorações em Santa Cruz eram maiores do que hoje. Conforme relata a escritora Moina Fairon Rech no livro Uma janela para o passado, os padres jesuítas controlavam “seu rebanho com rigor” e a presença na procissão era quase que obrigatória. Só pessoas doentes e com dificuldades para andar estavam dispensadas.
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A caminhada saía da igreja matriz (Catedral), passava pela Floriano, Júlio de Castilhos, Marechal Deodoro, Fernando Abott, Ten. Cel. Brito e Ramiro Barcelos até a igreja. Na frente dos colégios São Luís, Sagrado Coração de Jesus (Dom Alberto) e da capela do Hospital Santa Cruz, e na esquina da Fernando Abott com a Brito (onde ficava a Marcenaria Melchiors) ocorriam paradas para orações.
Após cada um desses momentos, tocavam os sinos da matriz, havia a queima de foguetes e músicos animavam os fiéis. Como as ruas não tinham pavimento, as pessoas ajoelhavam-se em cima do livro de rezas ou de pequenas almofadas.
Diante do cortejo andavam crianças vestidas de anjos, que espalhavam pétalas de flores e papel picado para a passagem do Corpo de Cristo. Embaixo do pálio, carregado por quatro homens, seguia o vigário com o ostensório.
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Ramos verdes, guirlandas e bandeiririnhas coloridas enfeitavam as ruas. Pequenos altares com imagens sacras ornamentavam as casas. Irmãs religiosas, Maristas e congregações com suas bandeiras marcavam presença.
Pesquisa: Gazeta do Sul
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