Larissa Franke é chefe de gabinete e coordena a Feira da Produção, em Vera Cruz
Aos 52 anos, Larissa Franke ocupa o cargo de chefe de gabinete da Prefeitura de Vera Cruz, função que exerce ao lado da coordenação da Feira da Produção, realizada no município. Com 35 anos de vida pública, Larissa já passou por diversos setores da administração municipal. “Entrei na prefeitura em 1990, fui soberana em 1992 e passei pela gestão de nove prefeitos. O Gilson Becker é o nono. Quando ele me convidou para ser chefe de gabinete foi uma surpresa enorme, realmente não esperava.”
O envolvimento com a política nasceu bem antes disso, em uma casa onde o assunto fazia parte do cotidiano. “O meu avô foi o primeiro prefeito de Vera Cruz, em 1959. Cresci com esse gostinho de ter a cidade no coração.” O avô citado por Larissa é Nestor Frederico Henn, que atuou na campanha pela emancipação político-administrativa do município e foi fundador e primeiro presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), em 1961.
A inspiração familiar se traduziu no desejo de representar Vera Cruz trilhando o próprio caminho. Aos 18 anos, Larissa Franke decidiu se jogar. “Acho que ser candidata a soberana é o start na vida de qualquer menina. É a primeira vez na vida de uma mulher que escolhe ser candidata a soberana, que ela se coloca à prova dela mesma.”
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Eleita princesa do município em 1992, três décadas mais tarde, não apenas recorda a experiência como continua envolvida com a organização das escolhas de soberanas. “Depois do concurso, se tem coragem para assumir muito mais desafios.” A coragem se transformou em anos de dedicação ao serviço público e, principalmente, no trabalho de Larissa à frente da principal vitrine econômica do município: a Feira da Produção.
Desde 2017, Larissa coordena a Feira da Produção, evento que se reinventou ao longo dos anos. “A Feira da Produção já demanda um ano inteiro. Terminamos uma fase com os relatórios e já começamos a trabalhar na outra edição.” Da montagem da programação à decoração e seleção dos expositores, tudo passa pelas mãos de Larissa e de sua equipe na prefeitura. “Nós não temos uma produtora, tudo é com a gente, os servidores municipais fazem a feira acontecer.”
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Se no início os desafios eram grandes, a feira mostra resultados expressivos. “Esse ano foram 270 expositores. Hoje, dentro da feira, já temos mais de mil pessoas trabalhando diretamente. E os negócios realizados a cada ano têm aumentado. Em 2025 tivemos 150% de crescimento em relação ao ano passado.” A força do evento, segundo ela, é manter o foco comercial. “Queremos ser uma feira e não uma festa. O entretenimento faz parte, mas nosso foco principal é a feira. As pessoas vêm para fazer negócios, para expor suas marcas.”
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Entre os destaques da última edição está o espaço Vila Teresa, que caiu no gosto do público. “As noites estavam sempre lotadas, foi sensacional. O pós-feira para nós, todo mundo só dizia: ‘Eu quero Vila Teresa, eu quero Vila Teresa’.” Com a boa repercussão, o espaço já deve crescer em 2026. “Já nos pediram camarotes, já nos pediram tudo o que vocês imaginarem.”
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Ao longo de mais de três décadas de atuação pública, Larissa presenciou transformações e resistências no modo como as mulheres ocupam os espaços. “Acho que o espaço dentro de uma prefeitura, até bem pouco tempo, era sempre muito masculino.” A experiência como líder de equipe e organizadora de eventos complexos a ensinou que inspirar é parte do processo. “Eu sempre tento motivar. Quando tem palestras, encontro de mulheres, escolha de soberanas, sempre tento passar isso para todas.”
Ela admite que há um caminho a ser percorrido para ampliar a representatividade feminina, inclusive na política institucional. “Aqui em Vera Cruz, hoje, temos apenas uma vereadora. Esse espaço ainda tem muito a ser trabalhado.” Embora já tenha pensado em candidatura política no passado, hoje prefere deixar a resposta em aberto. “Acho que vamos deixar isso aí para o universo responder.”
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Nem tudo foram conquistas. Aos 35 anos, Larissa foi diagnosticada com um tumor cerebral, condição que a impediu de realizar um desejo antigo. “Primeiro fiquei bastante frustrada, porque queria ser mãe.” Ainda assim, Larissa escolheu olhar adiante. “Tantas também não podem e tantos passam por percalços da doença bem piores do que passei. Mas toda dificuldade te impulsiona para outra coisa.”
Essa mudança de olhar trouxe ainda mais intensidade ao trabalho e à forma como encara os laços de pertencimento. “Quem é daqui tem um amor, sabe?”, compartilha. Larissa não para. Gosta de organizar, cuidar da casa, da cachorrinha Flika, pegar o marido e viajar. Quando precisa se reconectar com ela mesma, há um hábito que a ajuda a reencontrar o eixo. “Amo pescar. Quando a Larissa precisa parar e pensar com ela mesma, ter ideias, criatividade, a Larissa vai para o Porto das Mesas pescar.”
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