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Lei de Responsabilidade Fiscal completa 25 anos: marco no controle dos gastos públicos ainda precisa evoluir

Em 2025, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) completa 25 anos. Desde que entrou em vigor, em maio de 2000, a LRF mudou de forma profunda a forma como o Brasil lida com o dinheiro público. Criada após um período de instabilidade econômica e crises fiscais (anos 80 e 90), a lei estabeleceu regras claras para o controle dos gastos dos governos federal, estaduais e municipais. O objetivo era simples e ambicioso: garantir que os gestores públicos gastassem dentro de suas possibilidades, evitando endividamentos descontrolados e promovendo transparência na aplicação dos recursos.

A partir da LRF, os entes públicos passaram a ter que planejar melhor, respeitar limites para gastos com pessoal e dívidas, além de prestar contas com mais frequência e clareza. A sociedade ganhou, também, novas ferramentas para acompanhar como o dinheiro é gasto, fortalecendo o papel da imprensa, dos tribunais de contas e da própria cidadania ativa.

Mas nem tudo são flores. Apesar dos avanços, é preciso modernizar a LRF para que ela continue eficaz diante dos desafios atuais. Entre os principais pontos de atenção estão os chamados “gastos tributários” – como isenções e benefícios fiscais concedidos sem critérios técnicos ou limites bem definidos. Outro problema é a falta de controle sobre o crescimento da dívida pública, que ainda não possui um teto como o estabelecido para os gastos com pessoal.

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As emendas parlamentares também são motivo de preocupação. Muitas vezes, os recursos são distribuídos sem planejamento adequado ou sem ligação com políticas públicas estruturadas, o que pode comprometer a qualidade do gasto e a eficiência da administração. Além disso, ainda há muito a avançar na avaliação do impacto real das políticas públicas, pois não basta apenas cumprir metas fiscais – é preciso garantir que o dinheiro investido traga benefícios concretos para a população.

Apesar dessas limitações, a LRF segue sendo um dos pilares da responsabilidade na gestão pública no Brasil. Daí a importância de preservar seus fundamentos, mas sempre atento para atualizações que estejam em sintonia com a realidade econômica e social do país.

Passados 25 anos, a Lei de Responsabilidade Fiscal continua essencial para manter a disciplina nas contas públicas. No entanto, nesse período o mundo mudou e a legislação também precisa mudar. O futuro da boa gestão exige o delicado equilíbrio entre rigor fiscal, qualidade do gasto e compromisso com o bem-estar da população.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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