Considerado uma das maiores lendas do MMA em todo o planeta e também um dos responsáveis por popularizar o esporte no Brasil, o lutador baiano Rodrigo Minotauro anunciou na tarde desta terça-feira, 1º, em coletiva de imprensa, sua aposentadoria dos octógonos. Agora, o peso pesado vai ocupar o cargo de Embaixador de Relacionamento com Atletas do UFC, organização pela qual fez suas últimas lutas.
Na nova função, Minotauro vai participar de iniciativas por todas as regiões do país e será a ligação do UFC com atletas, patrocinadores, mídias e órgãos governamentais, além de auxiliar o Ultimate a manter o alto padrão dos lutadores, e também atuar como um mentor no desenvolvimento dos atletas. Posição esta que tem tudo a ver com ele, visto que Minotauro ajudou a “revelar” ex-campeões do UFC, como Anderson Silva e Júnior Cigano.
A aposentadoria de Minotauro já vinha sendo cogitada há algum tempo e ficou iminente em agosto, durante o UFC 190, quando ele foi derrotado pelo holandês Stefan Struve, no Rio de Janeiro. “Trouxe inúmeros talentos para o UFC e creio que farei ainda mais. Virão muito mais lutadores por aí. Na minha academia, já conseguia isso. Agora, com a estrutura do UFC, a coisa cresce. Estou feliz pela história e pelo novo desafio. Quero fazer um grande trabalho”, afirmou.
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No total, em 16 anos lutando MMA, Minotauro acumula 46 lutas. Venceu 34, sendo três por nocaute e 21 por finalização, sua especialidade. Sofreu 10 derrotas, sendo metade por decisão dos juízes. Também teve um empate e um no-contest (luta sem resultado).
Do acidente na infância ao sucesso
A história de vida de Minotauro impressiona. Com apenas 11 anos, quase perdeu a vida após ser atropelado por um caminhão enquanto brincava com o irmão gêmeo, Rogério Minotouro, e outras crianças, em Vitória da Conquista, sua terra natal. Ele teve problemas no diafragma, costelas, fígado, rins, costas e no tendão de aquiles. Ficou quatro dias em coma e 11 meses internado em um hospital. Depois, passou mais de um ano realizando fisioterapia para voltar a andar.
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Recuperado, se mudou para Salvador e passou a treinar boxe e jiu-jitsu. Estreou com vitória no vale-tudo em 1999, em um evento nos Estados Unidos. Depois, partiu para o Japão, onde fez história. Depois de três lutas, sagrou-se campeão dos pesos pesados no Pride, e só perdeu o cinturão dois anos depois, para aquele que é considerado o maior rival de sua carreira, o russo Fedor Emelianenko. Permaneceu na orgnaização até ela ser extinta, no final de 2006. Nesse período, perderia apenas duas lutas: novamente para Fedor e outra para o norte-americano Josh Barnett, ambas na decisão dos juízes.
Em 2007, mudou-se para o UFC, e precisou de apenas duas lutas para conquistar o cinturão interino dos pesos pesados, em 2008. No mesmo ano, no entanto, sofreu o primeiro nocaute de sua carreira, ao perder o título para Frank Mir. Desde então, passou a conviver com lesões e sofreu novas derrotas. Chegou a ficar um ano e meio sem lutar, entre fevereiro de 2010 e agosto de 2011, quando atuou pela primeira vez no Brasil e nocauteou Brendan Schuab, no UFC 134. No mesmo ano, Minotauro foi finalizado pela primeira vez, e novamente para Frank Mir. Sua última vitória no octógono aconteceu em outubro de 2012, quando finalizou Dave Herman, no UFC 153, no Rio de Janeiro.
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