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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Ler é preciso

Os números ligados à educação revelam muito da situação em que se encontra o Brasil em diversos segmentos. O hábito da leitura é um dos esteios na formação de uma sociedade esclarecida, apta a brigar por seus objetivos de viabilizar o futuro.

Textos com mais de dez linhas têm destino certo: o “lixo”, costumam dizer os analistas de comportamento. Eles se referem ao hábito avassalador de absorver preferencialmente conteúdos das redes sociais que não podem ser extensos, sob pena de serem ignorados.

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No final de semana, li uma reportagem sobre o encolhimento da Feira do Livro de Porto Alegre, uma das principais do País. Esta edição, de número 62, que se inicia hoje, será uma espécie de amostra grátis em comparação às anteriores. Tudo por causa da crise econômica.

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O quadro que trata da situação do livro no Brasil ostenta dados impressionantes: de 2014 a 2015, o faturamento com a venda de livros caiu 3,27%. O número de exemplares vendidos nesse período teve redução de 12,8% nos livros didáticos, 20,9% nos de literatura, 8,7% nos religiosos e 6,7% nas obras científicas e técnicas. A participação das livrarias como canais de comercialização aumentou de 49,85% em 2014, para 51,30% em 2015.

A leitura é um hábito que passa de pai para filho. É fundamental na construção de uma visão crítica de mundo, na sedimentação da cultura e do discernimento indispensáveis ao crescimento humano.

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Pertenço a uma geração em que ler era obrigatório, se gostasse ou não, até para superar as diversas etapas do processo escolar. Não se lia, apenas, para vencer o vestibular. Desde o final do primário era decisivo manter os livros na cabeceira da cama, junto à mochila e nos finais de semana.

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Com frequência, meus filhos – um casal de 21 e 22 anos – me questionam:  “Como vocês sobreviviam sem internet, sem contato com o mundo exterior?” Nesse caso,  não faço rodeios e lhes conto como era nossa rotina:

“Simples! A gente se enfurnava na biblioteca que tinha poucos livros e raramente havia mais de um exemplar da mesma obra. A disputa era no braço” – costumo explicar à gurizada.

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Hoje, apesar das inúmeras possibilidades de acesso aos conteúdos literários pelos meios eletrônicos, o índice de leitura é baixo, de qualidade sofrível e longe do ideal. Uma pena.

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