Carlos Wagner (à direita) ao lado do fotógrafo Emílio Pedroso e da produtora Joice Rocha. Sessão de autógrafos será nesta sexta
O jornalista Carlos Wagner, de 75 anos, estará em Rio Pardo nesta sexta-feira, 6, para uma sessão de autógrafos de seu novo livro, A história perdida das benzedeiras gaúchas. O evento ocorrerá das 14 horas às 16 horas no Solar do Almirante, na Rua Almirante Alexandrino, 1.050. Caso chova, a sessão será adiada.
Em maio de 2024, Wagner – autor de dez livros-reportagem – e o fotógrafo Emílio Pedroso iniciaram uma viagem pelo Rio Grande do Sul em busca de homens e mulheres que praticam a benzedura e herdaram o dom de curar os males do corpo e da alma. Percorreram mais de 15 mil quilômetros, passando por pelo menos 30 cidades. No trajeto, obtiveram depoimentos e imagens das mais de 20 personagens que estão no livro.
Antes de começar a viagem, Wagner imaginava que iria se deparar com relatos de que a tradição milenar estava “em extinção”. Porém, logo na primeira visita, descobriu que as benzedeiras continuam bastante ativas. “Muitos repórteres saem da redação com a primeira frase da matéria escrita. E, quando não dá certo, ficam bravos. E eu fui para essa matéria pensando em uma coisa, mas era outra”, admitiu.
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Conforme o jornalista, elas passaram também a contribuir para a saúde mental das comunidades, sobretudo no interior, onde há maior resistência ao atendimento psicológico. Assim, se dispuseram a escutar as pessoas. Em certos casos, oferecem até atendimento por meio de redes sociais. “A pandemia deixou um saldo de doenças mentais muito grande. E muitas pessoas ficam bravas quando mencionam que elas precisam ir a um psiquiatra ou psicólogo. Mas se disser para ir a uma benzedeira, ela aceita”, conta. “Então, as equipes de saúde mental começaram a chamar benzedeiras voluntárias.”
Essa prática tem um significado especial na vida do jornalista. Natural de Santa Cruz do Sul, ele cresceu vendo sua mãe, dona Loni, atuando como benzedeira. “São pessoas que receberam o dom de outra benzedeira. São criaturas de Deus”, afirmou.
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Diante da quantidade de histórias que não ficaram para trás, Wagner afirmou que irá trabalhar em uma continuação para o livro, visitando locais que não conseguiu no ano passado. Isso porque o renomado jornalista – um dos profissionais mais premiados do Brasil, com pelo menos 38 honrarias (sendo sete Prêmio Esso Regionais) – considera importante contar a história das pessoas invisíveis.
Ele defende o papel do jornalismo nesse aspecto. “O que liga a nossa civilização ao bom senso é o jornalismo. Sem ele, nós estaríamos nos matando no meio da rua”, justifica.
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A história perdida das benzedeiras gaúchas foi realizado via lei federal de incentivo à cultura, a Lei Rouanet. Também conta com patrocínios do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Amberflex Soluções Flexíveis. A produção é da Lisboa e Rocha Consultoria e a realização, do Ministério da Cultura do governo federal.
Ao todo, 500 exemplares do livro impresso estão sendo disponibilizados gratuitamente para a rede pública de ensino, universidades, bibliotecas e público em geral.
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