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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Maternidade em três gerações

Na época de Maria Mercedes de Souza, 78 anos, bebê vinha ao mundo com auxílio de parteira. E com ela não foi diferente. Deu à luz as filhas, Hilda e Tânia, em casa, sob o zelo da inesquecível Júlia. Duas décadas depois, quando Hilda, a mais nova, engravidou e fez mãe virar avó e filha virar mãe, o parto (normal) aconteceu no hospital. Desta vez com acompanhamento de uma equipe formada por ginecologista e enfermeiros. A transformação das mulheres da família, entretanto, não parou por aí. Não tardou para que Maria Mercedes acumulasse mais uma função (das boas).

Com a gravidez da neta, Patrícia Rossa, 31, cuja filha Luisa nasceu por meio de cesárea, virou bisavó. Às vésperas do Dia das Mães, a Gazeta do Sul mostra os aprendizados desse encontro de gerações. Lições de maternidade que atravessam o tempo e se apresentam em forma de sabedoria, afeto, respeito e, acima de tudo, gratidão. Afinal, são poucas que têm o privilégio de escutar histórias da bisa, da avó e da mãe ao mesmo tempo. E nós trazemos isso agora, mostramos algumas delas.


Luisa, de apenas 3 anos, tem o privilégio de poucos – convive com a bisa, a avó e a mãe, que trocam lições e acompanham as mudanças ocorridas na maternidade

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A rotina encarada por Patrícia hoje é bem diferente da que sua mãe e avó viveram. Isso porque Maria Mercedes e Hilda abdicaram do trabalho para se dedicarem à criação dos filhos. “No início eu até trabalhava fora, mas depois meu marido pediu que cuidasse só da casa e dos filhos”, lembra Hilda. 
Já para Maria Mercedes, nem opção havia. No tempo em que a aposentada tinha as filhas pequenas, não existia geladeira, nem máquina de lavar roupa. Enquanto o marido trabalhava, sua função era se dedicar apenas aos afazeres domésticos. Creche, então, era um sistema desconhecido. Ainda bem que mudou.

Mais espaço para o diálogo e para respeitar as opções

Quarenta e sete anos separam a avó Maria Mercedes da neta Patrícia Rossa. E nesse meio tempo, o “ser mãe” se transformou. Evoluiu. Cedeu espaço para que a conversa aconteça de forma aberta, sem medos ou pré-julgamentos. Se na época de dona Maria Mercedes falar sobre relacionamento em casa era assunto proibido – “Tudo era ‘feio’”, lembra ela –, hoje a cabeleireira Patrícia quer mais é que a filha solte o verbo quando entrar na adolescência. 

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“A Luisa vai poder ser o que ela quiser. Se ela me apresentar uma namorada ou um namorado, tanto faz. Só quero que ela seja feliz”, diz Patrícia, sob o olhar assustado da vó. E a mãe, Hilda, dá risada. “Eu sempre fui muito aberta com as minhas filhas. Para mim, diálogo é fundamental. Mas também entendo o fato de, na época da mãe (Mercedes), esse tipo de conversa não existir. Era cultural”, diz. Consciente sobre a diferença entre gerações, a cabeleireira Patrícia ainda acrescenta. “A criação muda, mas o fundamento da relação é o mesmo: respeito independente da época.”

É nesse contexto que Maria Mercedes, Hilda e Patrícia entendem, mesmo quando a criação de uma diverge da forma como a outra pensa, até onde podem ir. Naquele espaço de convivência, mãe é mãe, avó é avó e bisavó é bisavó. Se ajudam quando requisitadas e buscam, à medida que o tempo assim as ensina, dar espaço para cada uma desempenhar o seu papel. Quem mais ganha com isso? As três. 

Luisa tem o privilégio de conviver com três gerações de mães. Patrícia conta com o suporte de duas mães. Hilda convive com neta, filha e mãe. E dona Mercedes, mesmo com seus experientes 78 anos, segue se reinventando com as novas descobertas da maternidade

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